No dia 22 de abril aconteceu o encontro para discussão do plano decenal em Varginha.
A defesa da educação para a cidadania foi o ponto alto de debate no encontro. Foram cerca de 150 participantes das cidades de Campo do Meio, Alfenas, Três Corações, Itajubá, Pouso Alegre e Varginha. O prefeito da cidade, Eduardo Corujinha (PT), esteve presente no debate.
O deputado Carlin Moura, autor do requerimento, fez um apanhado das principais sugestões apresentadas nas seis etapas anteriores do fórum. “O Plano original, vindo do governo tem mais cara do executivo, pois os pontos dos movimentos sociais não foram contemplados”, afirmou.
A professora Leni Maria de Rabelo, da Associação de Professores Públicos Minas Gerais, responsável pela organização da etapa regional do fórum afirmou que a cidade de Varginha está em festa por poder participar da elaboração e aprimoramento do Projeto de Lei 2215/2008. Ela pediu aos deputados empenho para a aprovação das sugestões e afirma que é preciso que o professor recupere o prestígio que tinha nas décadas passadas. “Nos anos de 1970 era o máximo ser professor, hoje você pergunta a uma criança o que ela quer ser, ela responde tudo, menos ser professor, e isso é muito triste”, desabafou.
Carlin salientou que há divergências entre vários pontos do Plano. Ele citou como exemplo as metas físicas propostas, como por exemplo a construção de quadras e de laboratórios, que na sua opinião todos os trabalhadores em educação concordam. Mas ele apontou que não basta somente a estrutura física, também é preciso de um plano pedagógico que contemple essas práticas e principalmente enfrente as desigualdades sociais e regionais. “É preciso de uma escola que atue no resgate de crianças da precarização a que estão submetidas”, afirmou.
O deputado citou ainda, algumas mudanças que devem haver para uma educação cidadã, tais como, valorização do professor; a retirada da avaliação de desempenho tal como é praticada; a escola referência nos moldes atuais, que só gera competição; a contemplação da educação no campo e educação de recuperandos; mais investimentos na educação superior e a formação técnico-profissionalizante. “É preciso preparar a juventude para as nova tecnologias, sem perder de vista sua formação humanitária”.
O professor universitário e da rede pública, Nelson Pereira de Andrade, foi convidado especial do fórum para fazer uma análise histórica da educação no país. Ele agradeceu o privilégio que os professores têm ao ter sempre uma platéia para ouví-los. “O ser humano não é individual, mas coletivo, por isso é preciso ouvir as pessoas. As verdades são construídas no coletivo”, afirmou.
O professor citou como a educação no Brasil evoluiu e contribuiu para a cidadania, que para ele é constituída por três direitos fundamentais: o civil, o político e os direitos sociais. Mas questionou até que ponto os direitos dos cidadãos estão sendo cumpridos.
Segundo Nelson, o direito a educação também define a cidadania, e que os direitos sociais não são presentes do governo, mas um direito do cidadão. “A partir do momento que esses direitos são tratados como se fossem presentes ao cidadão, a cidadania torna-se tutelada”, completou.
Para Nelson, a educação é pré-requisito para todos os outros direitos e para o avanço da cidadania. “Em 300 e poucos anos não dá para se discutir cidadania, pois na época do Brasil colônia, entre reis e súditos não havia cidadania, o que havia era catequese”, afirmou.
Posteriormente, os escravos eram tratados como mercadorias falantes e não havia preocupação em educar-lhes. “Só aí são quase 100 anos, num total de mais de 400 anos de exclusão”, afirmou.
O professor fez um apanhado cronológico da “evolução” da educação no país. De acordo com ele, até os anos 30 no Brasil não havia educação de fato instituída como objeto de direito. De 1930 até 1964, há uma maior urbanização, muda-se a aparência e surge a necessidade de construir uma política de escolas públicas. Nesse momento surge uma educação de qualidade e uma valorização do agente educador. Entretanto, a educação chegava a poucos. De 1964 a 1985, os direitos políticos são cortados e há um retrocesso na educação. Ampliou-se as vagas mas descuidou-se da qualidade do ensino. Na medida em que essa qualidade diminui, o nível de credibilidade dos professores também cai e isso só piora na medida em a educação começa a aglutinar a lógica da iniciativa privada. “Mas a humanidade sempre encontra respostas, e de 1985 até hoje, as lutas aumentam e a abertura política nos mostra mais caminhos para superar os problemas”, afirma.
Nelson fez três propostas para tentar reverter tais problemas: 1ª - Rever a lógica de pensar a educação como formadora de mão-de-obra, mas como instrumento de cidadania, cobrando do poder público respeito e instrumentos para colocar essas propostas em prática; 2ª - Valorizar o professor, resgatando também sua credibilidade, e abrir espaço para a formação contínua dos mesmos. “O professor virou o bóia-fria da educação”, afirma e 3º – dar condições de trabalho para os professores, com horário programado para preparar aulas, atender pais e fazer reuniões. “O espaço de trabalho tem que fornecer essa estrutura”, ressaltou.
Para encerrar o professor citou o educador e escritor José Murilo de Carvalho que diz: “a ausência de uma população educada dificulta na formação da cidadania”.
fonte: Jornalista Sheila Cristina - www.carlinmoura.com.br
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Encontro de Juiz de Fora
O tema que mereceu mais discussão na etapa regional do Fórum Livre do Plano Decenal de Educação que aconteceu sexta-feira, 17/04, em Juiz de Fora, na zona da mata, foi a Educação de Recuperandos, ou a falta dela, no sistema carcerário de Minas Gerais. A defesa desse direito foi feita pelo professor e membro da Pastoral Carcerária, professor Manuel Paixão.
Estiveram presentes, cerca de 300 pessoas, das cidades de: Carangola, Barbacena, São João Del Rey, Muriaé, Viçosa, Ubá, Caratinga, Cataguases, Santos Dumont e Leopoldina.
Esse encontro foi o segundo da série de quatro fóruns, organizados pelas entidades parceiras que levarão sugestões de mudanças e complementos, ao debate final do Projeto de Lei – 2.215/08, que prevê a educação no estado para os próximos 10 anos. A etapa final acontece nos dias 13 a 15 de maio em Belo Horizonte.
O deputado Carlin Moura PCdoB, autor do requerimento, ao presidir a reunião, chamou os presentes a uma análise da educação que temos. “Para criarmos propostas concretas e pertinentes para a educação, antes de qualquer coisa, se faz necessário conhecermos profundamente a educação que temos”, afirmou. De acordo com o deputado, a metodologia de análise do Plano deve se passar por três pontos: ver, julgar e agir.
De acordo com Carlin, baseado em estudo feito pela Cientista Política e Assessora do Sinpro-Minas, Ana Maria Prestes Rabelo, o Plano vem de uma construção coletiva duvidosa. O deputado citou alguns pontos divergentes e não satisfatório, como a perseguição, por parte do governo, de metas para prestígio externo, colocando a educação como vitrine do governo Aécio, o que representa um descolamento da realidade.
Carlin mostrou outra contradição entre o plano e a prática, o apoio à democratização da gestão. Mas contraditoriamente, o plano prevê aumento do número de intervenções e maior presença de supervisores e inspetores nas escolas para perseguirem as metas almejadas.
O professor Manuel Paixão cobrou mais fraternidade na segurança pública e criticou o Plano por não constar nem uma linha sequer que trate da educação dada nos presídios. “É preciso humanização”, salientou Paixão, ao citar exemplo do Ceresp de Juiz de Fora, que foi construído para abrigar 240 presos e hoje abriga 820, e não há nenhum educador socializador.
O educador cobrou mais investimentos para a educação dada nos presídios e mais atenção do estado para com esses alunos. “Muitos de nós não somos preparados nem mesmo para as escolas normais, quanto mais para trabalhar dentro das penitenciárias”, afirmou.
Paixão apontou ainda, os preconceitos e as dificuldades que cercam os professores que trabalham com recuperandos. “Somos perseguidos e vigiados dentro dos presídios. Não podemos nem mesmo dar um abraço ou tocar de forma mais simples em um aluno, pois logo somos tachados e mal interpretados. Como podemos ressocializar, se não temos nenhuma condição de trabalho, infra-estrutura e nem mesmo de demonstrar afeto?” indagou.
Paixão citou a Campanha da Fraternidade 2009, que tem como tema a Segurança Pública e Fraternidade e chamou governo e sociedade a reflexão.
Para o Vereador e membro da comissão de educação de Juiz de Fora, Professor Roberto Copolillo é a questão do “ranqueamento”. Para o professor a escola virou números, utilizados para concorrência. O professor afirmou que a educação em Minas é pura maquiagem. “Quem teve a oportunidade de ler a revista “Radiografia da Educação”, publicada pelo Sind-Ute, pôde ver claramente a realidade da nossa educação. Essa revista desmascarou a falsa educação de Minas”, completou.
O Professor da UFJF Romário Geraldo, destacou a importância do incentivo à capacitação dos docentes. Ele citou exemplos de iniciativas a nível federal que poderiam ser usadas para professores do Estado, como por exemplo, o caso da Fapemig. “Porque não se pode estender a capacitação que é dada aos professores federais para o estado?” indagou. Romário ressaltou também a importância de uma rede de formação técnica profissional de qualidade.
Os problemas e sugestões referentes a educação infantil ficou a cargo do departamento de educação Infantil da Prefeitura de Juiz de Fora, representado pela professora Lúcia Helena da Silva. A professora ressaltou a importância de a creche estar incluída na educação, pois segundo ela, quando isso acontece se ganha outra perspectiva. Lúcia cobra pedagogia própria para dar a creche uma identidade dentro da educação, “creches não deve ser depósito de crianças, mas um lugar de cuidar e educar que é uma tarefa indissociável”, afirmou.
Para a professora da UFJF, Margarida Salomão, o Plano deve-se ter um consenso de equidade e justiça social. Margarida questionou pontos do plano que prevê laboratórios de informática, quadra coberta, etc. “Quem aqui não vai querer isso”, indagou. “Porém, precisa se discutir a pedagogia a ser adotada, deve-se ter profissionais capacitados para ensinar o que é proposto. É fundamental discutir o que será dado nas escolas”, completou.
A professora deixou como propostas, a eliminação de premiações de professores na escola, e ao invés disso, investir na capacitação. Para ela não há sequer uma formação para pessoas que trabalham em áreas de vulnerabilidade. Outro ponto, é que haja no Plano, dispositivos concretos para acabar com as desigualdades.
Encerrando o debates a Coordenadora Geral do SindUTE/MG, professora Maria Inês Camargos, lembrou que nesse mesmo dia, 17 de abril, só que de 1996, houve um assassinato a sem terras em Belém do Pará. “Isso nos lembra que mesmo com sangue derramado, nossa luta não pode parar”.
Maria Inês afirmou que os professores querem ser ouvidos e fazer a sua parte. Ela solicitou a Assembléia que as propostas sejam votadas para o bem da educação. Para a professora, o Plano é muito contraditório, e faltam metas e ações estratégicas. Ela cita o caso da gestão democrática, que deve ser muito mais que votação para diretores, mas também um fortalecimento e participação efetiva do colegiado. Ela ainda citou a questão do financiamento, da remuneração, do piso e cobrou condições adequadas de trabalho.
Para a representante da secretaria de estado da educação, Maria de Lourdes, as propostas de todos os envolvidos no Plano devem ser bem pensadas e elaboradas, pois segundo ela, algumas propostas serão eliminadas. Para a presidente da Comissão de Educação da Assembléia, a deputada Maria Lúcia Mendonça – DEM e para o deputado Carlin Moura, no que depender do trabalho deles frente à Assembléia, eles brigarão para que todas as propostas de melhoria da educação, vindas dos fóruns façam parte do Plano final.
Fonte: De Juiz de Fora: Sheila Cristina (www.carlinmoura.com.br)
Estiveram presentes, cerca de 300 pessoas, das cidades de: Carangola, Barbacena, São João Del Rey, Muriaé, Viçosa, Ubá, Caratinga, Cataguases, Santos Dumont e Leopoldina.
Esse encontro foi o segundo da série de quatro fóruns, organizados pelas entidades parceiras que levarão sugestões de mudanças e complementos, ao debate final do Projeto de Lei – 2.215/08, que prevê a educação no estado para os próximos 10 anos. A etapa final acontece nos dias 13 a 15 de maio em Belo Horizonte.
O deputado Carlin Moura PCdoB, autor do requerimento, ao presidir a reunião, chamou os presentes a uma análise da educação que temos. “Para criarmos propostas concretas e pertinentes para a educação, antes de qualquer coisa, se faz necessário conhecermos profundamente a educação que temos”, afirmou. De acordo com o deputado, a metodologia de análise do Plano deve se passar por três pontos: ver, julgar e agir.
De acordo com Carlin, baseado em estudo feito pela Cientista Política e Assessora do Sinpro-Minas, Ana Maria Prestes Rabelo, o Plano vem de uma construção coletiva duvidosa. O deputado citou alguns pontos divergentes e não satisfatório, como a perseguição, por parte do governo, de metas para prestígio externo, colocando a educação como vitrine do governo Aécio, o que representa um descolamento da realidade.
Carlin mostrou outra contradição entre o plano e a prática, o apoio à democratização da gestão. Mas contraditoriamente, o plano prevê aumento do número de intervenções e maior presença de supervisores e inspetores nas escolas para perseguirem as metas almejadas.
O professor Manuel Paixão cobrou mais fraternidade na segurança pública e criticou o Plano por não constar nem uma linha sequer que trate da educação dada nos presídios. “É preciso humanização”, salientou Paixão, ao citar exemplo do Ceresp de Juiz de Fora, que foi construído para abrigar 240 presos e hoje abriga 820, e não há nenhum educador socializador.
O educador cobrou mais investimentos para a educação dada nos presídios e mais atenção do estado para com esses alunos. “Muitos de nós não somos preparados nem mesmo para as escolas normais, quanto mais para trabalhar dentro das penitenciárias”, afirmou.
Paixão apontou ainda, os preconceitos e as dificuldades que cercam os professores que trabalham com recuperandos. “Somos perseguidos e vigiados dentro dos presídios. Não podemos nem mesmo dar um abraço ou tocar de forma mais simples em um aluno, pois logo somos tachados e mal interpretados. Como podemos ressocializar, se não temos nenhuma condição de trabalho, infra-estrutura e nem mesmo de demonstrar afeto?” indagou.
Paixão citou a Campanha da Fraternidade 2009, que tem como tema a Segurança Pública e Fraternidade e chamou governo e sociedade a reflexão.
Para o Vereador e membro da comissão de educação de Juiz de Fora, Professor Roberto Copolillo é a questão do “ranqueamento”. Para o professor a escola virou números, utilizados para concorrência. O professor afirmou que a educação em Minas é pura maquiagem. “Quem teve a oportunidade de ler a revista “Radiografia da Educação”, publicada pelo Sind-Ute, pôde ver claramente a realidade da nossa educação. Essa revista desmascarou a falsa educação de Minas”, completou.
O Professor da UFJF Romário Geraldo, destacou a importância do incentivo à capacitação dos docentes. Ele citou exemplos de iniciativas a nível federal que poderiam ser usadas para professores do Estado, como por exemplo, o caso da Fapemig. “Porque não se pode estender a capacitação que é dada aos professores federais para o estado?” indagou. Romário ressaltou também a importância de uma rede de formação técnica profissional de qualidade.
Os problemas e sugestões referentes a educação infantil ficou a cargo do departamento de educação Infantil da Prefeitura de Juiz de Fora, representado pela professora Lúcia Helena da Silva. A professora ressaltou a importância de a creche estar incluída na educação, pois segundo ela, quando isso acontece se ganha outra perspectiva. Lúcia cobra pedagogia própria para dar a creche uma identidade dentro da educação, “creches não deve ser depósito de crianças, mas um lugar de cuidar e educar que é uma tarefa indissociável”, afirmou.
Para a professora da UFJF, Margarida Salomão, o Plano deve-se ter um consenso de equidade e justiça social. Margarida questionou pontos do plano que prevê laboratórios de informática, quadra coberta, etc. “Quem aqui não vai querer isso”, indagou. “Porém, precisa se discutir a pedagogia a ser adotada, deve-se ter profissionais capacitados para ensinar o que é proposto. É fundamental discutir o que será dado nas escolas”, completou.
A professora deixou como propostas, a eliminação de premiações de professores na escola, e ao invés disso, investir na capacitação. Para ela não há sequer uma formação para pessoas que trabalham em áreas de vulnerabilidade. Outro ponto, é que haja no Plano, dispositivos concretos para acabar com as desigualdades.
Encerrando o debates a Coordenadora Geral do SindUTE/MG, professora Maria Inês Camargos, lembrou que nesse mesmo dia, 17 de abril, só que de 1996, houve um assassinato a sem terras em Belém do Pará. “Isso nos lembra que mesmo com sangue derramado, nossa luta não pode parar”.
Maria Inês afirmou que os professores querem ser ouvidos e fazer a sua parte. Ela solicitou a Assembléia que as propostas sejam votadas para o bem da educação. Para a professora, o Plano é muito contraditório, e faltam metas e ações estratégicas. Ela cita o caso da gestão democrática, que deve ser muito mais que votação para diretores, mas também um fortalecimento e participação efetiva do colegiado. Ela ainda citou a questão do financiamento, da remuneração, do piso e cobrou condições adequadas de trabalho.
Para a representante da secretaria de estado da educação, Maria de Lourdes, as propostas de todos os envolvidos no Plano devem ser bem pensadas e elaboradas, pois segundo ela, algumas propostas serão eliminadas. Para a presidente da Comissão de Educação da Assembléia, a deputada Maria Lúcia Mendonça – DEM e para o deputado Carlin Moura, no que depender do trabalho deles frente à Assembléia, eles brigarão para que todas as propostas de melhoria da educação, vindas dos fóruns façam parte do Plano final.
Fonte: De Juiz de Fora: Sheila Cristina (www.carlinmoura.com.br)
Encontro de Divinopolis
Foram mais de 250 pessoas inscritas para o Encontro de Divinopolis de discussão do Plano Decenal. Dentre as cidades presentes em Divinópolis estavam Oliveira, Bom Despacho, Carmo do Cajuru, Pompéu, Cláudio, Formiga, Itapecerica, Itaúna, São José Salgado, Nova Serrana, São Sebastião do Oeste e Belo Horizonte.
Várias entidades estiveram presentes no encontro. A apresentação do plano coube à representante da secretaria de educação Maria de Lourdes Prais, à presidente do SindUte Maria Inez Camargo e à Cientista Política e Consultora em Políticas Educacionais Ana Maria Prestes.
Os grupos temáticos funcionaram plenamente e fizeram uma série de críticas e sugestões ao plano, já encaminhadas para a comissão de sistematização da ALMG.
O Fórum Livre de Divinópolis foi o primeiro de uma série de quatro debates. Ainda serão realizados debates em Juiz de Fora, Uberlândia, Varginha.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Encontro de Paracatu
Paracatu defende melhoria salarial para profissionais da educação
Na etapa regional do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação em Minas Gerais: Desafios da Política Estadual realizada em Paracatu (Noroeste de Minas) nesta terça-feira (7/4/09), os debates centraram-se na necessidade de valorização salarial e melhor qualificação dos trabalhadores do ensino.
Os deputados Almir Paraca (PT) e Carlin Moura (PCdoB), co-autor do requerimento do Fórum Técnico juntamente com a ex-deputada Elisa Costa (PT), defenderam a melhoria na carreira de professor e dos demais trabalhadores da educação. Mas Paraca lembrou que só os deputados não conseguirão sensibilizar o governador para garantir melhorias salariais. "Isso só é possível com a mobilização dos professores", alertou.
Paraca pediu um olhar diferenciado para a educação rural na região de Paracatu, destacando o convênio da Faculdade de Filosofia de Diamantina com a Federação dos Trabalhadores em Agricultura (Fetaemg) para oferecer cursos de licenciatura em História e Pedagogia específicos para os moradores de assentamentos. "Na região há uma grande quantidade de alunos no meio rural, que precisam de uma educação diferenciada", destacou.
Para Carlin Moura, não adianta só ouvir a sociedade. "É preciso acatar e mudar". Segundo ele, os concorridos e participativos encontros regionais do Fórum Técnico indicam que a educação quer dar um recado. "A educação pede socorro. E só há educação de qualidade com a valorização dos professores". Para ele, muitos são os problemas a serem enfrentados, como a evasão do jovem da escola.
A parceria entre a academia e as secretarias municipais e estadual de Educação foi defendida pelo professor Pedro Afonso Martins de Souza, das Faculdades Unidas do Noroeste Mineiro. Traçando um histórico do planejamento educacional no Brasil, com suas características específicas, Martins revelou a baixa procura pelos cursos de licenciatura, o que compromete a renovação do quadro de professores. Para ele, a baixa demanda pelos cursos de formação de professores está diretamente ligada à pouca valorização da profissão.
"O investimento mais incisivo na formação inicial do professor deve ser extremamente discutido e entrar neste plano. Não adianta só investimento em estrutura", sentenciou Pedro Afonso Martins. Ele defendeu a aproximação entre as universidades e os governos para a adoção de metodologias diferenciadas "para ajudar a educação a ser cidadã".
Outras entidades defenderam a valorização do professor por meio de melhorias salariais, como a representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Sheila Maria Lucas, que pediu a implantação do piso salarial nacional. Ela criticou ainda a política de merenda escolar, que deixa de fora do benefício os alunos do período noturno. O vereador Gleyton Gonçalves disse que não haverá renovação do quadro de professores se não houver valorização salarial.
O coordenador do Plano Decenal pela Secretaria de Estado de Educação, Luis Aureliano Gama de Andrade, reconheceu que é preciso valorizar os professores e melhorar sua capacitação, mas que há fatores econômicos que escapam ao controle do Estado. "Mas o plano tem políticas para valorizar a escola, aumentar o número de vagas, valorizar o profissional da educação", garantiu. Luis Aureliano disse que um dos gargalos da educação é a baixa procura pelos cursos de formação de professores. "O Estado reconhece que só a valorização profissional vai aumentar a demanda pelos cursos de licenciatura", completou.
Mais de 350 pessoas acompanharam os debates em Paracatu durante a manhã. Os grupos de trabalho, que se reuniram à tarde, receberam 243 inscrições de pessoas de 35 cidades. Ao final do evento, foram votadas as propostas e escolhidos os representantes que o Noroeste de Minas vai enviar para participar da plenária final do Fórum Técnico, que acontece em maio no Plenário da ALMG.
As principais propostas apresentadas em Paracatu referem-se à diminuição de prazos para implementação de ações. Entre as alterações sugeridas, destacam-se: garantir merenda para os alunos da Educação de Jovens e Adultos; iniciar capacitação e atualização continuada de professor e especialista em um ano; instalar em cada um dos municípios mineiros, no prazo de quatro anos, pelo menos uma sala de recursos multifuncionais para escolas de ensino regular; aprovação da premiação de professores, desde que com a participação dos trabalhadores do ensino na definição dos critérios da premiação; implantar plano de segurança nas escolas, com a participação da comunidade, dentro de um ano; implementação dos planos de carreira nas escolas que ainda não tenham; implantar o piso salarial nacional; suprimir o sistema de certificação ocupacional dos educadores; eleição direta para as superintendências regionais de ensino; criação do conselho de transporte escolar.
fonte: assessoria de comunicação - ALMG - http://www.almg.gov.br/
Encontro de Governador Valadares
Representantes de 35 municípios debateram o Plano Decenal em Governador Valadares.
A terceira etapa do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação em Minas Gerais: Desafios da Política Estadual reuniu, em Governador Valadares ocorreu no último dia 3 de abril e contou com 225 inscritos.
A prefeita de Governador Valadares, Elisa Costa, disse que "é pela educação que as pessoas abrem as portas das oportunidades". Ao anunciar que a educação será a prioridade dos seus quatro anos de governo, Elisa disse que sua expectativa é gerar mudanças na sociedade. Ela conclamou pais, educadores, sociedade, Legislativo e Executivo para discutirem o que deve ser melhor para a educação em Minas e nos municípios, incluindo a valorização dos profissionais e a escola de tempo integral.
Já o deputado Carlin Moura (PCdoB) disse que educação não é gasto, mas investimento. Ele fez críticas à atuação da Secretaria de Estado de Educação e apresentou estatísticas sobre evasão escolar, sobre as faixas etárias dos alunos que ainda estão no ensino fundamental e deveriam estar no ensino médio.
Mercês Meira de Alvarenga, representante do Conselho Municipal de Educação, disse que a elaboração do Plano Decenal tem que ser uma "corrente do bem". Luzielson Nunes, do SindUte, defendeu o piso salarial nacional de R$ 1.132,00 para os professores.
Coordenador do Plano Decenal rebate críticas de sindicalista
Na fase das palestras de especialistas, houve uma polêmica entre os posicionamentos de Lilian Paraguai, diretora estadual do SindUTE, e do coordenador do Plano Decenal pela Secretaria de Estado de Educação, Luiz Aureliano Gama de Andrade. A sindicalista criticou a falta de discussão sobre merenda e transporte escolar e apontou diferenças profundas de projeto pedagógico dentro de um mesmo território. Os dados por ela apresentados indicam uma grande concentração das 280 escolas-referência na Região Central do Estado, e que 91% das escolas das comunidades quilombolas não oferecem ensino até a 8ª série.
Luiz Aureliano rebateu a maior parte das críticas. Disse que são 583 as escolas-referência, e não 280 como foi dito, e que na última avaliação as 500 escolas da Rede Crescer tiveram desempenho superior às escolas-referência. Para ele, as desigualdades regionais estão sendo reduzidas pela ação do Estado, e não agravadas como disse a sindicalista.
O dirigente do Sindicato dos Professores (Sinpro) e professor da Unileste, Luiz Antônio da Silva, destacou que é preciso enfrentar o desafio de reinventar a democracia. Para ele, os conselhos estão esvaziados e apáticos, e os alunos e a comunidade não estão envolvidos na gestão das escolas. Por outro lado, defendeu uma permanência maior dos diretores de escola nos cargos, por acreditar que os resultados se tornam mais positivos. Relatou que viu, numa escola do Jequitinhonha, 25 computadores modernos estocados dentro das caixas num depósito, por falta de quem soubesse montá-los e operá-los.
fonte: Assossoria de comunicação - www.almg.gov.br
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Encontro de Montes Claros
O encontro para discussão do Plano Decenal de Educação de Minas Gerais em Montes Claros foi um sucesso. Cerca de 300 pessoas se reuniram durante o dia 31 de março para realizar os debates, primeiro em plenário e em seguida em grupos.
Um plano que dê destaque ao ensino superior, como forma de preparar melhor os professores que irão atuar no ensino fundamental, foi a principal recomendação dos participantes do encontro regional de Montes Claros.
A polêmica maior em Montes Claros, que opõe Secretaria de Estado de Educação e entidades de classe de professores e estudantes, ficou por conta da divergência de visão sobre a fase de elaboração do Plano Decenal. O deputado Carlin Moura (PCdoB), autor do requerimento para a realização do Fórum Técnico, criticou a forma de elaboração do Projeto de Lei (PL) 2.215/08, que contém o Plano Decenal. Para ele, trata-se de um plano de gabinete, em que as entidades não foram chamadas a opinar.
O mesmo discurso foi feito pelo representante do Sindicato dos Professores (Sinpro-MG), Gilson Reis, para quem a elaboração do Plano Decenal se deu com pouca participação. Ele criticou o fato de o plano não contemplar um dos principais problemas, que é o financiamento da educação. Gilson Reis disse que todos os demais enfoques da educação, como melhoria de salários, implantação de laboratórios e bibliotecas, reforma da rede física, não acontecem sem novos investimentos. "Precisamos fazer como a Coréia do Sul, que destina 10% de seu PIB para a educação, enquanto no Brasil este percentual é de 3,4%", afirmou.
Falando do movimento criado pelas entidades de professores e estudantes em outubro do ano passado - "Educação que temos, educação que queremos" -, Gilson Reis apontou como principais falhas do projeto do Plano Decenal a marginalização da discussão sobre a educação no campo e de povos tradicionais como quilombolas e indígenas; a concentração das escolas-referência na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Triângulo Mineiro e Sul de Minas; a falta de uma política para o ensino técnico; e a não implantação do piso salarial nacional para os professores, de R$ 1.082,00. Ele criticou ainda o baixo investimento em universidades estaduais.
Coube ao reitor da Unimontes, Paulo César Almeida, contestar grande parte do pronunciamento do representante do Sinpro. "Temos mais de 250 projetos de pesquisa em andamento. A Unimontes é classificada pelo Ministério da Educação como uma das melhores do País e está transformando o Norte de Minas", afirmou Almeida. Demonstrando seu descontentamento com o pronunciamento do representante do Sinpro, o reitor da Unimontes disse que a construção do Plano Decenal tem que ser responsabilidade de todos os segmentos.
Segundo o coordenador do Plano Decenal, Luis Aureliano Gama de Andrade, a proposta surgiu de uma base real de dados e de um amplo diagnóstico da educação no Estado, e teve a participação direta de todos os segmentos. Luis Aureliano criticou a tentativa de se politizar o debate sobre o Plano Decenal e contestou as críticas de que o projeto não é democrático. "Todas as propostas aprovadas na 2ª Conferência Estadual da Educação foram incorporadas ao Plano", garantiu.
À tarde reuniram-se para discutir propostas quatro grupos de trabalho, que receberam mais de 300 inscrições de pessoas de 35 cidades do Norte de Minas. No final do dia foram votadas as propostas da região e escolhidos os representantes da região que vão participar da etapa final do Fórum Técnico em maio, no Plenário da ALMG. São eles: Weliton Mota Ferreira, Maria Nunes França, Marta Aurora Aquino, José Gomes Filho, Fabrício Mascarenhas, Maria Marilene Alves, Maria Nereuda Sarmento, Gustavo Araújo, Ramon Fonseca e José Reinaldo da Silva.Conheça algumas das propostas aprovadas no Encontro Regional em Montes Claros
Entre as propostas aprovadas, estão: alteração fundamental nos prazos das ações e das metas, ampliação da oferta de vagas em todos os níveis de ensino, supressão de ações que previam a premiação de professores, implantação do piso salarial do Governo Federal, professores de educação física nas escolas infantis, aumento dos investimentos em educação para chegar a 10% do PIB Estadual em 10 anos, e realização de concurso público em todos os níveis de ensino a cada dois anos.
fonte: assessoria de comunicação ALMG - www.almg.gov.br
sexta-feira, 27 de março de 2009
Encontro de Araçuai
Movimento presente no encontro de Araçuai
O Movimento Educação que Queremos marcou presença no Encontro de Araçuai para discutir o plano Decenal de Educação de Minas Gerais. Leia a notícia divulgada pelo site da Assembléia:
Trabalhadores da educação, gestores, pais, alunos e autoridades dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri lotaram o auditório do Colégio Nazareth, em Araçuaí, para o primeiro encontro regional do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação em Minas Gerais: Desafios da Política Estadual, nesta quinta-feira (26/3/09). A defesa apaixonada de uma educação de qualidade no campo foi um dos pontos altos da reunião, que resultou em propostas de aperfeiçoamento do Projeto de Lei (PL) 2.215/08, que contém o planejamento da educação em Minas para os próximos dez anos. Realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais com participação do Governo do Estado e entidades e movimentos sociais, o fórum terá outros sete encontros regionais, sendo o próximo em Montes Claros, nesta terça-feira (31).
Para o deputado Carlin Moura, a discussão de um plano válido para dez anos tem caráter estratégico. "Não podemos nos basear só em estatísticas. Precisamos do humano, do debate crítico", apontou. Ele fez questionamentos em relação à responsabilidade cobrada de professores sem condições de trabalho e sem salários dignos. "Vamos compactuar com a escola de referência para poucos, em detrimento da maioria que não tem a mesma qualidade?", completou.
Coube à mestre e doutoranda em Educação do Campo Tânia Maria Mares Figueiredo a defesa de uma educação no campo que leve em conta as especificidades desse público, como a cultura, o período de colheitas e a linguagem. "Temos que ter a liberdade de fazer questionamentos, sem que sejam entendidos como ofensa", frisou. Segundo ela, a educação no campo sofre de uma indiferença secular, que obriga alunos a conviverem com o mesmo plano curricular das escolas urbanas, resultando em discriminação e abandono. "O campo tem leis e regulamentos próprios que precisam ser seguidos, independente do número de alunos que estão lá", afirmou.
Para Tânia Figueiredo, quando o homem do campo se apropriar desses direitos, passará a cobrar, uma vez que a luta pela terra é também a luta por educação de qualidade para o povo do campo. A pesquisadora criticou a política de metas do Governo e a busca por índices que, segundo ela, nem sempre representam a realidade das escolas do Estado. "Se vocês querem educação de qualidade, estamos do mesmo lado", frisou.
fonte: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br
O Movimento Educação que Queremos marcou presença no Encontro de Araçuai para discutir o plano Decenal de Educação de Minas Gerais. Leia a notícia divulgada pelo site da Assembléia:
Trabalhadores da educação, gestores, pais, alunos e autoridades dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri lotaram o auditório do Colégio Nazareth, em Araçuaí, para o primeiro encontro regional do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação em Minas Gerais: Desafios da Política Estadual, nesta quinta-feira (26/3/09). A defesa apaixonada de uma educação de qualidade no campo foi um dos pontos altos da reunião, que resultou em propostas de aperfeiçoamento do Projeto de Lei (PL) 2.215/08, que contém o planejamento da educação em Minas para os próximos dez anos. Realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais com participação do Governo do Estado e entidades e movimentos sociais, o fórum terá outros sete encontros regionais, sendo o próximo em Montes Claros, nesta terça-feira (31).
Para o deputado Carlin Moura, a discussão de um plano válido para dez anos tem caráter estratégico. "Não podemos nos basear só em estatísticas. Precisamos do humano, do debate crítico", apontou. Ele fez questionamentos em relação à responsabilidade cobrada de professores sem condições de trabalho e sem salários dignos. "Vamos compactuar com a escola de referência para poucos, em detrimento da maioria que não tem a mesma qualidade?", completou.
Coube à mestre e doutoranda em Educação do Campo Tânia Maria Mares Figueiredo a defesa de uma educação no campo que leve em conta as especificidades desse público, como a cultura, o período de colheitas e a linguagem. "Temos que ter a liberdade de fazer questionamentos, sem que sejam entendidos como ofensa", frisou. Segundo ela, a educação no campo sofre de uma indiferença secular, que obriga alunos a conviverem com o mesmo plano curricular das escolas urbanas, resultando em discriminação e abandono. "O campo tem leis e regulamentos próprios que precisam ser seguidos, independente do número de alunos que estão lá", afirmou.
Para Tânia Figueiredo, quando o homem do campo se apropriar desses direitos, passará a cobrar, uma vez que a luta pela terra é também a luta por educação de qualidade para o povo do campo. A pesquisadora criticou a política de metas do Governo e a busca por índices que, segundo ela, nem sempre representam a realidade das escolas do Estado. "Se vocês querem educação de qualidade, estamos do mesmo lado", frisou.
fonte: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br
terça-feira, 17 de março de 2009
Primeiro encontro será em Araçuai
O município de Araçuaí, localizado no Vale do Jequitinhonha, será a primeira cidade a receber os encontros regionais do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação em Minas Gerais: Desafios da Política Estadual, que está sendo realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O evento será realizado na quinta-feira (26/3/09), das 8 às 17 horas, no Colégio Nazareth (Rua Dom Serafim, 435, Centro) e será uma oportunidade para a população de Araçuaí e da região conhecer, discutir e apresentar sugestões ao Projeto de Lei (PL) 2.215/08, do governador, que cria o Plano Decenal de Educação do Estado. Não é necessário fazer inscrição prévia para participar do evento.
Debate Público sobre o Plano Decenal (tarde)
Na parte da tarde (Debate Público - Plano Decenal - 13 de abril), as cobranças mais veementes partiram do presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro), Gilson Reis. Logo no início de sua fala, ele ressaltou a morte de um aluno na porta de uma escola em Belo Horizonte, nesta semana. Além de medidas de segurança, ele cobrou investimentos no ensino técnico público e nas universidades estaduais, para que elas possam se dedicar à criação de um projeto estratégico que tire a economia mineira da dependência da mineração.
Partiu de Gilson Reis a crítica de que o Conselho Estadual de Educação não tem espaço para representantes de professores, alunos e sociedade organizada. O secretário-adjunto de Educação negou a afirmativa com veemência. ''Há representantes dos professores da UFMG, da Uemg. O modelo é o mesmo do Conselho Nacional'', afirmou o secretário.
O presidente do Sinpro também acusou o Estado de não participar da discussão e elaboração da Conferência Nacional de Educação e de pressionar contra a aplicação do piso salarial mínimo de R$ 950 para o setor.
A reação mais forte do secretário Filocre foi no sentido de repelir acusações contra a forma de elaboração do Plano Decenal de Educação. Segundo ele, o plano é resultado de um debate que começou em 2004, passando por todos os municípios mineiros, superintendências e regionais de ensino, além de um congresso estadual. ''Tudo que foi aprovado nesse congresso consta neste projeto'', garantiu o secretário. Ele acrescentou que a Secretaria de Educação guardou todas as propostas rejeitadas no congresso e que poderia encaminhá-las à Assembleia, a fim de contribuir para a nova fase de discussão.
Mais de um palestrante criticou a preponderância do critério financeiro para a aprovação de novas propostas e diretrizes de educação. A coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Maria Inez Camargos, disse que muitas propostas feitas ao plano foram rejeitadas anteriormente sob este argumento. ''Todas as metas e gestões estratégicas estão sujeitas à disponibilidade financeira'', afirmou.
Maria Inez disse que algumas questões devem ser priorizadas, partindo-se depois à busca de recursos que as viabilizem. Cobrança semelhante foi feita por André Picanço. ''Porque as metas são econômicas e não políticas, tais como o princípio da autonomia do professor?'', questionou. Maria Inez cobrou ainda o estabelecimento de tempo destinado ao planejamento na carga horária do professor; ingresso na carreira por concurso público; limitação do número de alunos por turma e implantação de um padrão mínimo de infra-estrutura nas escolas.
Ao avaliar as metas do Plano Decenal de Educação para a área de formação profissional, especialistas e educadores criticaram o que chamaram de excessiva ênfase nos recursos tecnológicos previstos e recomendaram um olhar mais realista para as mudanças sociais. Além disso, destacaram a necessidade da busca de novas formas de financiamento para a educação, diante da crise mundial que já se reflete no Brasil na queda de arrecadação de impostos, fonte única de financiamento da educação.
Para o professor aposentado da Universidade Federal do Mato Grosso e consultor legislativo do Senado Federal, João Monlevade, o grande problema que se coloca na elaboração do Plano Decenal mineiro, ou de qualquer outro Estado, é se equacionar a possibilidade de recuo da arrecadação com o financiamento da educação. Segundo ele, o modelo baseado no percentual sobre a arrecadação foi bom por um momento, mas está esgotado. E lembrou que como fontes alternativas de financiamento existem, por exemplo, as deduções do Imposto de Renda para o Fundo da Criança e do Adolescente.
João Monlevade disse ainda que é preciso colocar no Plano Decenal o cumprimento da lei do piso salarial nacional, ''determinante para a qualidade do ensino''. E disse que Minas Gerais levou oito anos e meio para elaborar seu Plano Decenal, ''por isso agora tem a obrigação de fazer o melhor plano do Brasil, participativo e revolucionário''.
O educador e professor emérito da Faculdade de Educação da UFMG, Miguel Arroyo, teórico da Escola Plural implantada na rede de ensino da Prefeitura de Belo Horizonte no governo Patrus Ananias, de 1993 a 1996, quando exerceu o cargo de secretário-adjunto de Educação, criticou o que chamou de visão ingênua, que atrela o bom desempenho da educação à boa formação do professor.
Arroyo disse que a formação do professor não pode ser encarada como uma situação miraculosa que irá resolver os problemas da infância, da violência. Ele garantiu que a formação do docente tem de ser de forma política, baseada na realidade. ''Não basta então as mudanças tecnológicas, mas as mudanças sociais profundas que estão acontecendo'', disse. Miguel Arroyo afirmou que é preciso pensar qual sistema educacional dará conta da nova realidade, qual profissional dará conta da nova infância. E avalia que só uma escola pública popular é capaz de responder isto.
Ele criticou ainda a imposição da negatividade da educação, através da divulgação de índices baixos, como avaliações, provões, imagem negativa que se cola ao profissional da área. Segundo Arroyo, é um novo profissional, consciente de seus direitos humanos e sociais, atuando ao lado dos novos movimentos sociais, principalmente os oriundos do campo, que deverá assumir essa escola pública popular.
Sabatina - Na fase de debates, os representantes da Secretaria de Educação continuaram ouvindo as críticas de estudantes e professores. A maioria delas com referência ao piso salarial da categoria e à falta de infra-estrutura das escolas.
Servidores da área administrativa também reclamaram que estão há quase 10 anos sem aumento e que recebem pouco mais de R$ 500. ''A reivindicação desses profissionais é justa. E o próprio governador já reconheceu que tem uma dívida com os servidores, por isso já firmou o compromisso de rever a situação'', afirmou João Antônio Filocre.
fonte: assessoria de comunicação ALMG.
Partiu de Gilson Reis a crítica de que o Conselho Estadual de Educação não tem espaço para representantes de professores, alunos e sociedade organizada. O secretário-adjunto de Educação negou a afirmativa com veemência. ''Há representantes dos professores da UFMG, da Uemg. O modelo é o mesmo do Conselho Nacional'', afirmou o secretário.
O presidente do Sinpro também acusou o Estado de não participar da discussão e elaboração da Conferência Nacional de Educação e de pressionar contra a aplicação do piso salarial mínimo de R$ 950 para o setor.
A reação mais forte do secretário Filocre foi no sentido de repelir acusações contra a forma de elaboração do Plano Decenal de Educação. Segundo ele, o plano é resultado de um debate que começou em 2004, passando por todos os municípios mineiros, superintendências e regionais de ensino, além de um congresso estadual. ''Tudo que foi aprovado nesse congresso consta neste projeto'', garantiu o secretário. Ele acrescentou que a Secretaria de Educação guardou todas as propostas rejeitadas no congresso e que poderia encaminhá-las à Assembleia, a fim de contribuir para a nova fase de discussão.
Mais de um palestrante criticou a preponderância do critério financeiro para a aprovação de novas propostas e diretrizes de educação. A coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Maria Inez Camargos, disse que muitas propostas feitas ao plano foram rejeitadas anteriormente sob este argumento. ''Todas as metas e gestões estratégicas estão sujeitas à disponibilidade financeira'', afirmou.
Maria Inez disse que algumas questões devem ser priorizadas, partindo-se depois à busca de recursos que as viabilizem. Cobrança semelhante foi feita por André Picanço. ''Porque as metas são econômicas e não políticas, tais como o princípio da autonomia do professor?'', questionou. Maria Inez cobrou ainda o estabelecimento de tempo destinado ao planejamento na carga horária do professor; ingresso na carreira por concurso público; limitação do número de alunos por turma e implantação de um padrão mínimo de infra-estrutura nas escolas.
Ao avaliar as metas do Plano Decenal de Educação para a área de formação profissional, especialistas e educadores criticaram o que chamaram de excessiva ênfase nos recursos tecnológicos previstos e recomendaram um olhar mais realista para as mudanças sociais. Além disso, destacaram a necessidade da busca de novas formas de financiamento para a educação, diante da crise mundial que já se reflete no Brasil na queda de arrecadação de impostos, fonte única de financiamento da educação.
Para o professor aposentado da Universidade Federal do Mato Grosso e consultor legislativo do Senado Federal, João Monlevade, o grande problema que se coloca na elaboração do Plano Decenal mineiro, ou de qualquer outro Estado, é se equacionar a possibilidade de recuo da arrecadação com o financiamento da educação. Segundo ele, o modelo baseado no percentual sobre a arrecadação foi bom por um momento, mas está esgotado. E lembrou que como fontes alternativas de financiamento existem, por exemplo, as deduções do Imposto de Renda para o Fundo da Criança e do Adolescente.
João Monlevade disse ainda que é preciso colocar no Plano Decenal o cumprimento da lei do piso salarial nacional, ''determinante para a qualidade do ensino''. E disse que Minas Gerais levou oito anos e meio para elaborar seu Plano Decenal, ''por isso agora tem a obrigação de fazer o melhor plano do Brasil, participativo e revolucionário''.
O educador e professor emérito da Faculdade de Educação da UFMG, Miguel Arroyo, teórico da Escola Plural implantada na rede de ensino da Prefeitura de Belo Horizonte no governo Patrus Ananias, de 1993 a 1996, quando exerceu o cargo de secretário-adjunto de Educação, criticou o que chamou de visão ingênua, que atrela o bom desempenho da educação à boa formação do professor.
Arroyo disse que a formação do professor não pode ser encarada como uma situação miraculosa que irá resolver os problemas da infância, da violência. Ele garantiu que a formação do docente tem de ser de forma política, baseada na realidade. ''Não basta então as mudanças tecnológicas, mas as mudanças sociais profundas que estão acontecendo'', disse. Miguel Arroyo afirmou que é preciso pensar qual sistema educacional dará conta da nova realidade, qual profissional dará conta da nova infância. E avalia que só uma escola pública popular é capaz de responder isto.
Ele criticou ainda a imposição da negatividade da educação, através da divulgação de índices baixos, como avaliações, provões, imagem negativa que se cola ao profissional da área. Segundo Arroyo, é um novo profissional, consciente de seus direitos humanos e sociais, atuando ao lado dos novos movimentos sociais, principalmente os oriundos do campo, que deverá assumir essa escola pública popular.
Sabatina - Na fase de debates, os representantes da Secretaria de Educação continuaram ouvindo as críticas de estudantes e professores. A maioria delas com referência ao piso salarial da categoria e à falta de infra-estrutura das escolas.
Servidores da área administrativa também reclamaram que estão há quase 10 anos sem aumento e que recebem pouco mais de R$ 500. ''A reivindicação desses profissionais é justa. E o próprio governador já reconheceu que tem uma dívida com os servidores, por isso já firmou o compromisso de rever a situação'', afirmou João Antônio Filocre.
fonte: assessoria de comunicação ALMG.
Debate Público sobre o Plano Decenal (manhã)
No último dia 13 de abril aconteceu na Assbléia Legislativa de Minas um Debate Público sobre o Plano Decenal da Educação de Minas, leia abaixo sobre os principais momentos do encontro:
A falta de metas e de indicadores claros de resultados para avaliar a educação mineira, bem como a ausência de um projeto que reduza as desigualdades regionais e promova o desenvolvimento, foram algumas críticas feitas ao Plano Decenal de Educação, na manhã desta sexta-feira (13/3/09), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A resposta às críticas veio do secretário-adjunto de Estado de Educação, João Antônio Filocre Saraiva. Ele apresentou números para mostrar as realizações de governo e disse que o documento vem sendo discutido desde 2004, com a participação dos municípios e dos interessados, e que não é um "plano de gaveta".
O evento constituiu uma das etapas preparatórias do Fórum Técnico sobre o mesmo tema, que será realizado no Plenário em maio e antes terá uma etapa de interiorização.
As atividades da manhã foram coordenadas pela presidente da Comissão de Educação, deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM), e tiveram a participação da deputada Gláucia Brandão (PPS) e do deputado Carlin Moura (PCdoB), integrantes da comissão. Moura é autor do requerimento do Fórum Técnico em parceria com a ex-deputada Elisa Costa (PT).
Para o sociológo Rudá Ricci, o projeto do plano decenal define metas sem base científica. "O foco está no esforço que o Estado faz para superar as dificuldades, quando deveria estar nos indicadores de impacto, de resultado", avaliou. Ele enfatizou que o plano mineiro não traz estratégias definidas, permanecendo a fragmentação de políticas, a desigualdade regional, a multiplicidade de concepções pedagógicas, além de o plano prever o aumento do controle sobre indicadores quantitativos. Para ilustrar a fala, Rudá Ricci mostrou que, segundo dados oficiais, as escolas-referência estão, em sua maioria, localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). "Não há uma política de reversão das desigualdades sociais", criticou. As escolas das regiões mais empobrecidas do Estado também são as que menos possuem quadras poliesportivas.
"Minas parou na educação", afirmou o sociólogo. De acordo com dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2007 que ele apresentou, todos os Estados avançaram, enquanto Minas permanece com os números de 2005. Ricci defendeu que os eixos da educação devem ser a construção de uma estratégia estadual; a avaliação sistêmica, com indicadores de impacto; o desenvolvimento com processo e resultados integrados; a descentralização do controle com acordos estratégicos e a integração de redes, com foco na articulação.
O expositor abordou desafios específicos para a educação, como as comunidades quilombolas, que apresentam um déficit de 33% de escolas até a 4ª série primária e de 91,4% em relação às escolas até a 8ª série. Quanto à educação rural, Rudá Ricci argumenta que a minoria das escolas (18%) atende à Pedagogia da Alternância, considerada a mais adequada para esses estudantes. Para o ensino médio, argumentou que a proposta estadual é ambígua, propondo a adoção parcial da estrutura modular. "Não há articulação entre áreas, fragmentando o ensino", concluiu.Professor avalia que metas são pouco claras
A ausência de metas claras também foi enfatizada pelo professor José Cosme Drummond, da Faculdade de Educação da Uemg. Ele destacou que o plano é centrado na educação básica, que é responsabilidade do Estado. A educação superior é abordada de forma secundária. "As referências nas diretrizes são pouco claras; as metas são muito decorativas e pouco factíveis", analisou. Na opinião dele, as metas não abordam o papel do Estado e das instituições de ensino para sua efetivação. Isso ocorre, por exemplo, na meta geral que determina a compatibilização das políticas e ações da educação superior com as demandas, expectativas e necessidades de desenvolvimento econômico, social e cultural do Estado, priorizando as áreas de maior vulnerabilidade social.
De acordo com Drummond, não são mencionadas as fontes para financiamento das ações no que se refere às metas de aumento da oferta de educação superior, no prazo de dez anos, para 100% dos alunos concluintes do 2º grau e para 30% dos jovens entre 18 e 24 anos; e também de ampliação da rede de educação superior pública presencial e a distância. O professor também avalia que as metas que tratam da formação dos professores da educação básica não definem as ações necessárias à sua concretização. Ele sugeriu que a ALMG discuta a jornada do corpo docente das universidades, que precisam se dedicar à sala de aula e à pesquisa, e que sejam encontrados espaços para debater a educação superior. Na opinião dele, o plano aborda de forma muito restrita esse tema.
Governo rebateu as críticas e afirmou que a desigualdade regional diminuiu. A resposta às críticas veio do secretário-adjunto de Estado de Educação, João Antônio Filocre Saraiva. Ele afirmou que o plano não foi apresentado apenas para cumprir uma formalidade e atender a uma determinação legal, mas elaborado desde 2004 com a participação dos municípios, com debates no interior e também em um congresso na Capital. "Não queremos um plano de gaveta; este foi um processo rico e coordenado", ponderou. Ele informou que Minas é o Estado com o maior número de municípios com planos de educação aprovados. São 780 e, segundo Filocre, eles estão sincronizados com o plano decenal.
Representantes de entidades estudantis cobraram mais investimentos na educação. O presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE), Diogo de Oliveira Santos, centrou sua fala no pouco investimento que o ensino superior tem em Minas. Segundo ele, a média nacional é de 14% das matrículas em universidades públicas serem de instituições estaduais. No Estado, o índice é de 4%. Para Diogo, falta um projeto estratégico para a educação por meio do qual ela contribua para a superação das desigualdades regionais e para o desenvolvimento de Minas.
O estudante defendeu mais verba para a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a fim de que ela possa ajudar a fomentar o desenvolvimento do Norte; e cobrou a instalação de campus unificado da Uemg em Belo Horizonte. Diogo questionou a ausência de representante da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no debate. Ele também cobrou a democratização do Conselho Estadual de Educação (CEE), afirmando que, antes de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), ele tinha autoridade para determinar a abertura de faculdades particulares, "sem controle social em relação à qualidade do ensino."
O presidente da União Colegial de Minas Gerais e vice-presidente regional da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Flávio Nascimento, também cobrou a democratização do CEE, além de avaliar a educação no Estado como "sucateada" e sem salas adequadas para receber os alunos. Ele também reivindicou mais investimentos nas escolas técnicas, mas ponderou que isso não quer dizer formar "apertador de parafuso".Parlamentares destacam importância da participação de entidades
O deputado Carlin Moura agradeceu o apoio das entidades dos movimentos sociais envolvidas na organização. Segundo ele, o debate ocorre em um momento de profunda transformação mundial, no qual "o mito da competência da iniciativa privada está na berlinda", com a crescente demanda pela presença do Estado na definição dos rumos da economia. Por isso, afirmou, a ação estatal deve priorizar a educação pública. No Brasil e em Minas, destacou, é preciso aprimorar as conquistas já obtidas e lutar contra a mercantilização da educação. Ele concluiu sua fala lembrando que a ALMG, com o evento desta sexta (13), demonstra que é uma parceira comprometida com o futuro da educação em Minas Gerais.
O reitor da Unimontes, Paulo Cesár Gonçalves de Almeida, reforçou o compromisso da universidade com a educação básica, sobretudo em relação às licenciaturas. Ele completou dizendo que não existem disciplinas e cursos eternos, e que os conteúdos precisam ser adaptados à realidade, assim como os professores preparados para o futuro. "A educação é o segmento mais importante para uma sociedade que quer se desenvolver", afirmou.
O educador popular e antropólogo Tião Rocha classificou o plano decenal como "de ensinagem, não de aprendizagem", afirmando que ele não é transformador, mas remendado. Ele propôs uma "UTI educacional" para curar o analfabetismo funcional e cobrou uma estratégia abrangente, que envolva todos, para fazer com que a escola deixe de ser "formadora de uma massa de analfabetos". Ex-professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Tião Rocha falou também sobre o trabalho que desenvolve na ONG Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento, que fundou e preside. A premissa do trabalho é que é possível fazer educação sem escola, "em qualquer lugar, inclusive sob o pé de manga", mas não sem educadores.
fonte: assessoria de comunicação da ALMG
A falta de metas e de indicadores claros de resultados para avaliar a educação mineira, bem como a ausência de um projeto que reduza as desigualdades regionais e promova o desenvolvimento, foram algumas críticas feitas ao Plano Decenal de Educação, na manhã desta sexta-feira (13/3/09), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A resposta às críticas veio do secretário-adjunto de Estado de Educação, João Antônio Filocre Saraiva. Ele apresentou números para mostrar as realizações de governo e disse que o documento vem sendo discutido desde 2004, com a participação dos municípios e dos interessados, e que não é um "plano de gaveta".
O evento constituiu uma das etapas preparatórias do Fórum Técnico sobre o mesmo tema, que será realizado no Plenário em maio e antes terá uma etapa de interiorização.
As atividades da manhã foram coordenadas pela presidente da Comissão de Educação, deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM), e tiveram a participação da deputada Gláucia Brandão (PPS) e do deputado Carlin Moura (PCdoB), integrantes da comissão. Moura é autor do requerimento do Fórum Técnico em parceria com a ex-deputada Elisa Costa (PT).
Para o sociológo Rudá Ricci, o projeto do plano decenal define metas sem base científica. "O foco está no esforço que o Estado faz para superar as dificuldades, quando deveria estar nos indicadores de impacto, de resultado", avaliou. Ele enfatizou que o plano mineiro não traz estratégias definidas, permanecendo a fragmentação de políticas, a desigualdade regional, a multiplicidade de concepções pedagógicas, além de o plano prever o aumento do controle sobre indicadores quantitativos. Para ilustrar a fala, Rudá Ricci mostrou que, segundo dados oficiais, as escolas-referência estão, em sua maioria, localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). "Não há uma política de reversão das desigualdades sociais", criticou. As escolas das regiões mais empobrecidas do Estado também são as que menos possuem quadras poliesportivas.
"Minas parou na educação", afirmou o sociólogo. De acordo com dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2007 que ele apresentou, todos os Estados avançaram, enquanto Minas permanece com os números de 2005. Ricci defendeu que os eixos da educação devem ser a construção de uma estratégia estadual; a avaliação sistêmica, com indicadores de impacto; o desenvolvimento com processo e resultados integrados; a descentralização do controle com acordos estratégicos e a integração de redes, com foco na articulação.
O expositor abordou desafios específicos para a educação, como as comunidades quilombolas, que apresentam um déficit de 33% de escolas até a 4ª série primária e de 91,4% em relação às escolas até a 8ª série. Quanto à educação rural, Rudá Ricci argumenta que a minoria das escolas (18%) atende à Pedagogia da Alternância, considerada a mais adequada para esses estudantes. Para o ensino médio, argumentou que a proposta estadual é ambígua, propondo a adoção parcial da estrutura modular. "Não há articulação entre áreas, fragmentando o ensino", concluiu.Professor avalia que metas são pouco claras
A ausência de metas claras também foi enfatizada pelo professor José Cosme Drummond, da Faculdade de Educação da Uemg. Ele destacou que o plano é centrado na educação básica, que é responsabilidade do Estado. A educação superior é abordada de forma secundária. "As referências nas diretrizes são pouco claras; as metas são muito decorativas e pouco factíveis", analisou. Na opinião dele, as metas não abordam o papel do Estado e das instituições de ensino para sua efetivação. Isso ocorre, por exemplo, na meta geral que determina a compatibilização das políticas e ações da educação superior com as demandas, expectativas e necessidades de desenvolvimento econômico, social e cultural do Estado, priorizando as áreas de maior vulnerabilidade social.
De acordo com Drummond, não são mencionadas as fontes para financiamento das ações no que se refere às metas de aumento da oferta de educação superior, no prazo de dez anos, para 100% dos alunos concluintes do 2º grau e para 30% dos jovens entre 18 e 24 anos; e também de ampliação da rede de educação superior pública presencial e a distância. O professor também avalia que as metas que tratam da formação dos professores da educação básica não definem as ações necessárias à sua concretização. Ele sugeriu que a ALMG discuta a jornada do corpo docente das universidades, que precisam se dedicar à sala de aula e à pesquisa, e que sejam encontrados espaços para debater a educação superior. Na opinião dele, o plano aborda de forma muito restrita esse tema.
Governo rebateu as críticas e afirmou que a desigualdade regional diminuiu. A resposta às críticas veio do secretário-adjunto de Estado de Educação, João Antônio Filocre Saraiva. Ele afirmou que o plano não foi apresentado apenas para cumprir uma formalidade e atender a uma determinação legal, mas elaborado desde 2004 com a participação dos municípios, com debates no interior e também em um congresso na Capital. "Não queremos um plano de gaveta; este foi um processo rico e coordenado", ponderou. Ele informou que Minas é o Estado com o maior número de municípios com planos de educação aprovados. São 780 e, segundo Filocre, eles estão sincronizados com o plano decenal.
Representantes de entidades estudantis cobraram mais investimentos na educação. O presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE), Diogo de Oliveira Santos, centrou sua fala no pouco investimento que o ensino superior tem em Minas. Segundo ele, a média nacional é de 14% das matrículas em universidades públicas serem de instituições estaduais. No Estado, o índice é de 4%. Para Diogo, falta um projeto estratégico para a educação por meio do qual ela contribua para a superação das desigualdades regionais e para o desenvolvimento de Minas.
O estudante defendeu mais verba para a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a fim de que ela possa ajudar a fomentar o desenvolvimento do Norte; e cobrou a instalação de campus unificado da Uemg em Belo Horizonte. Diogo questionou a ausência de representante da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no debate. Ele também cobrou a democratização do Conselho Estadual de Educação (CEE), afirmando que, antes de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), ele tinha autoridade para determinar a abertura de faculdades particulares, "sem controle social em relação à qualidade do ensino."
O presidente da União Colegial de Minas Gerais e vice-presidente regional da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Flávio Nascimento, também cobrou a democratização do CEE, além de avaliar a educação no Estado como "sucateada" e sem salas adequadas para receber os alunos. Ele também reivindicou mais investimentos nas escolas técnicas, mas ponderou que isso não quer dizer formar "apertador de parafuso".Parlamentares destacam importância da participação de entidades
O deputado Carlin Moura agradeceu o apoio das entidades dos movimentos sociais envolvidas na organização. Segundo ele, o debate ocorre em um momento de profunda transformação mundial, no qual "o mito da competência da iniciativa privada está na berlinda", com a crescente demanda pela presença do Estado na definição dos rumos da economia. Por isso, afirmou, a ação estatal deve priorizar a educação pública. No Brasil e em Minas, destacou, é preciso aprimorar as conquistas já obtidas e lutar contra a mercantilização da educação. Ele concluiu sua fala lembrando que a ALMG, com o evento desta sexta (13), demonstra que é uma parceira comprometida com o futuro da educação em Minas Gerais.
O reitor da Unimontes, Paulo Cesár Gonçalves de Almeida, reforçou o compromisso da universidade com a educação básica, sobretudo em relação às licenciaturas. Ele completou dizendo que não existem disciplinas e cursos eternos, e que os conteúdos precisam ser adaptados à realidade, assim como os professores preparados para o futuro. "A educação é o segmento mais importante para uma sociedade que quer se desenvolver", afirmou.
O educador popular e antropólogo Tião Rocha classificou o plano decenal como "de ensinagem, não de aprendizagem", afirmando que ele não é transformador, mas remendado. Ele propôs uma "UTI educacional" para curar o analfabetismo funcional e cobrou uma estratégia abrangente, que envolva todos, para fazer com que a escola deixe de ser "formadora de uma massa de analfabetos". Ex-professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Tião Rocha falou também sobre o trabalho que desenvolve na ONG Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento, que fundou e preside. A premissa do trabalho é que é possível fazer educação sem escola, "em qualquer lugar, inclusive sob o pé de manga", mas não sem educadores.
fonte: assessoria de comunicação da ALMG
quinta-feira, 12 de março de 2009
Movimento na rua!
O movimento Educação que temos - Educação que queremos, foi lançado no dia de ontem (11/03) na Casa do Jornalista de BH com o objetivo de promover a participação de toda a comunidade educacional nas discussões sobre o Plano Decenal de Educação de Minas Gerais.
Durante o lançamento, foi distribuído um documento crítico de avaliação do Plano, preparado pelo movimento para subsidiar os debates que vão ocorrer até maio. “Há lacunas significativas no documento oficial [o Plano, que foi elaborado pelo governo estadual], como as ações voltadas para a merenda e o transporte escolar. Esses itens deveriam estar presentes, inclusive com discussão para sua inclusão no Ensino Médio. Trata-se de um documento irregular (desarticulação entre diagnóstico e proposição), desarticulado (não se fia por uma estratégia clara de desenvolvimento da educação mineira) e incompleto (ausência de temas significativos para a educação do estado, além de metas claras, apropriadas e mensuráveis)”, avalia o documento crítico entregue pelo movimento.
O Plano também será debatido na Assembléia Legislativa, nesta sexta-feira (13/3), a partir das 9 horas. O debate será uma etapa preparatória para o Fórum Técnico Plano Decenal de Educação em Minas Gerais: Desafios da Política Educacional, também promovido pela ALMG e cuja etapa final será realizada em Belo Horizonte, no Plenário da Casa, entre os dias 13 a 15 de maio.
(texto: http://www.sinprominas.org.br/)
quarta-feira, 4 de março de 2009
Movimento será lançado em 11 de março
O Movimento Educação que Temos - Educação que Queremos será lançado no próximo dia 11 de março de 2009, às 16horas na Casa do Jornalista na Avenida Álvares Cabral, 400.
Durante o encontro o movimento lançará um documento crítico de avaliação do Plano Decenal de Educação que está sendo discutido na Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
Compareça, participe e contribua!
Durante o encontro o movimento lançará um documento crítico de avaliação do Plano Decenal de Educação que está sendo discutido na Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
Compareça, participe e contribua!
Pressão dos Movimentos faz Assembléia recuar
Após intensas reuniões entre os movimentos sociais envolvidos com a preparação do Fórum Técnico de discussão do Plano Decenal de Educação na Assembléia Legislativa de Minas houve recuo na decisão de cortar as oito etapas regionais previstas para ocorrer entre março e abril deste ano.
A Assembléia apresentou no último dia 02 de março a contra-proposta de manter 4 encontros regionais (Montes Claros, Araçuai, Governador Valadares e Paracatu) e apoiar os outros 4 encontros que serão realizados por iniciativa dos Movimentos Sociais (Juiz de Fora, Uberlândia, Divinópolis e Varginha).
Apesar de ser flagrante o erro político da ALMG em cancelar os encontros regionais, os Movimentos consideraram importante o recuo que parecia improvável.
A Assembléia apresentou no último dia 02 de março a contra-proposta de manter 4 encontros regionais (Montes Claros, Araçuai, Governador Valadares e Paracatu) e apoiar os outros 4 encontros que serão realizados por iniciativa dos Movimentos Sociais (Juiz de Fora, Uberlândia, Divinópolis e Varginha).
Apesar de ser flagrante o erro político da ALMG em cancelar os encontros regionais, os Movimentos consideraram importante o recuo que parecia improvável.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
ALMG cancela etapas regionais do Fórum Técnico
Ontem, dia 16/02/09, durante uma reunião preparatória do Fórum Técnico de Discussão do Plano Decenal de Educação na ALMG, a mesa diretora da casa informou de modo unilateral e anti-democrático o cancelamento dos 8 encontros preparatórios previstos para ocorrerem no interior do Estado. Várias entidades ficaram indignadas e se posicionaram contra a decisão. A alegação da ALMG é de que por conta da Crise Financeira Global estaria havendo um contingenciamento de gastos e que as etapas regionais representam um custo alto. Porém, nada apresentaram quando questionados sobre as planilhas de custos dos encontros. Entidades como o SindUTE, Sinpro Minas, Fetaemg, MSU, Faspa, Federação Quilombola, Undime e até a própria representante da Secretaria de Estado da Educação se pronunciaram contrárias à decisão e qualificaram como inaceitável tal decisão após 5 meses de preparação e cerca de 8 reuniões preparatórias realizadas.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Pela Democratização do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 204, inciso II, assegura a formulação e o controle das políticas públicas através da participação da população por meio das suas organizações representativas, em todos os níveis da federação (união, estados e municípios).
Baseados nessa diretriz, os conselhos gestores de políticas públicas, instâncias criadas a partir da luta da sociedade civil no processo de redemocratização política brasileira, representam um espaço de partilha da gestão dessas políticas entre governo e setores organizados da sociedade civil. Pressupõem cessão de soberania por parte dos governos assim como um espaço amplo de democracia e de participação direta da sociedade brasileira.
Nesse sentido, os Conselhos Estaduais de Educação representam as instâncias de deliberação de políticas e de controle da educação no âmbito estadual. Para cumprir seu papel democrático, necessária se faz a garantia de representação dos setores da sociedade civil diretamente interessados, como os trabalhadores da educação (setor público e privado), alunos, pais, assim como demais segmentos sociais envolvidos na temática e comprometidos com a qualidade e o acesso à educação.
Conforme estudo elaborado pelo Sinpro Minas, baseado na comparação de trajetórias e de instrumentos normativos dos Conselhos Estaduais de Educação no Brasil, o Conselho Estadual de Minas Gerais é um dos menos democráticos do país, contrariando as diretrizes da Constituição Federal de participação direta e ampla da população na formulação de políticas públicas. O regimento interno do órgão não assegura, por exemplo, a participação de representantes de pais, alunos e trabalhadores, diferentemente de outros estados brasileiros, onde os regimentos dos conselhos prevêem a garantia de paridade na representação. Outro aspecto a salientar é que a grande maioria dos membros do Conselho em Minas representa interesses do setor privado de educação demonstrando, assim, o descompromisso do governo mineiro com a democratização e a transparência desse espaço.
Outra irregularidade apontada pelas entidades ligadas à educação é a forma de escolha dos conselheiros. A nomeação para um mandato de quatro anos e a recondução ao cargo ficam a critério do governador. Para piorar a situação, a lei delegada 172 de Minas Gerais, de janeiro deste ano, estabelece que os conselheiros não precisam mais passar pela sabatina dos deputados estaduais, como ocorria anteriormente, fragilizando, ainda mais, o controle social do Conselho.
Dessa forma, o Sinpro Minas, junto aos demais segmentos sociais ligados à educação, entra na luta pela democratização do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais reivindicando:
· Transformação do conselho em uma política de Estado e autônomo da vontade política dos governos ou partidos para o seu pleno funcionamento;
· Democratização da sua composição, assegurando uma participação equânime, que contemple todos os segmentos sociais envolvidos na temática;
· Indicação direta dos segmentos sociais pelas suas entidades representativas e não pelo governador do Estado.
Clarice Barreto Linhares
Consultoria de Políticas educacionais – Sinpro Minas
Baseados nessa diretriz, os conselhos gestores de políticas públicas, instâncias criadas a partir da luta da sociedade civil no processo de redemocratização política brasileira, representam um espaço de partilha da gestão dessas políticas entre governo e setores organizados da sociedade civil. Pressupõem cessão de soberania por parte dos governos assim como um espaço amplo de democracia e de participação direta da sociedade brasileira.
Nesse sentido, os Conselhos Estaduais de Educação representam as instâncias de deliberação de políticas e de controle da educação no âmbito estadual. Para cumprir seu papel democrático, necessária se faz a garantia de representação dos setores da sociedade civil diretamente interessados, como os trabalhadores da educação (setor público e privado), alunos, pais, assim como demais segmentos sociais envolvidos na temática e comprometidos com a qualidade e o acesso à educação.
Conforme estudo elaborado pelo Sinpro Minas, baseado na comparação de trajetórias e de instrumentos normativos dos Conselhos Estaduais de Educação no Brasil, o Conselho Estadual de Minas Gerais é um dos menos democráticos do país, contrariando as diretrizes da Constituição Federal de participação direta e ampla da população na formulação de políticas públicas. O regimento interno do órgão não assegura, por exemplo, a participação de representantes de pais, alunos e trabalhadores, diferentemente de outros estados brasileiros, onde os regimentos dos conselhos prevêem a garantia de paridade na representação. Outro aspecto a salientar é que a grande maioria dos membros do Conselho em Minas representa interesses do setor privado de educação demonstrando, assim, o descompromisso do governo mineiro com a democratização e a transparência desse espaço.
Outra irregularidade apontada pelas entidades ligadas à educação é a forma de escolha dos conselheiros. A nomeação para um mandato de quatro anos e a recondução ao cargo ficam a critério do governador. Para piorar a situação, a lei delegada 172 de Minas Gerais, de janeiro deste ano, estabelece que os conselheiros não precisam mais passar pela sabatina dos deputados estaduais, como ocorria anteriormente, fragilizando, ainda mais, o controle social do Conselho.
Dessa forma, o Sinpro Minas, junto aos demais segmentos sociais ligados à educação, entra na luta pela democratização do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais reivindicando:
· Transformação do conselho em uma política de Estado e autônomo da vontade política dos governos ou partidos para o seu pleno funcionamento;
· Democratização da sua composição, assegurando uma participação equânime, que contemple todos os segmentos sociais envolvidos na temática;
· Indicação direta dos segmentos sociais pelas suas entidades representativas e não pelo governador do Estado.
Clarice Barreto Linhares
Consultoria de Políticas educacionais – Sinpro Minas
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
QUAL É A EDUCAÇÃO TÉCNICA QUE QUEREMOS?
Minas Gerais, estado de grandes contribuições ao desenvolvimento do país, porém a educação em nosso estado não tem dado tantas contribuições assim, em especial o ensino técnico.
Minas é um estado com dimensões de nação, porém é um dos poucos estados onde não existe uma rede técnica de educação. Apenas 1,6% dos estudantes matriculados no ensino básico estão nas escolas técnicas que em sua maioria são federais.
É necessário construir um sistema de educação técnica estadual que tenha cursos que sirva para a contribuição de cada estudante ao desenvolvimento do nosso estado e do nosso país.
O Brasil vive um grande momento para a educação técnica, onde o debate está no dia a dia das escolas brasileiras, a reforma do sistema “S” é uma delas. O governo federal irá investir somente no ano de 2009 R$ 1 bilhão, “ai vem à pergunta que não quer calar”: Quantos o governo do estado irá investir no ensino técnico estadual?
Tem outro papo da secretária: “Em dez anos ampliaremos em 100% o ensino técnico à distância!”, Ai eu faço outra pergunta, cadê a prática do ensino técnico? Tem outras práticas da secretária de educação que podemos denunciar, porém não dá para escrever em um único artigo.
Tem uma grande campanha do movimento sindical brasileiro: “EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA”, governo do Minas vai mais uma vez na contramão da história, abre mais escolas particulares de educação técnica do que bares em Belo Horizonte, olha que BH é a capital dos bares no nosso país.
A educação que temos hoje é mesmo a educação que queremos?
Péricles Francisco
Diretor de Comunicação da União Colegial de Minas Gerais
Minas é um estado com dimensões de nação, porém é um dos poucos estados onde não existe uma rede técnica de educação. Apenas 1,6% dos estudantes matriculados no ensino básico estão nas escolas técnicas que em sua maioria são federais.
É necessário construir um sistema de educação técnica estadual que tenha cursos que sirva para a contribuição de cada estudante ao desenvolvimento do nosso estado e do nosso país.
O Brasil vive um grande momento para a educação técnica, onde o debate está no dia a dia das escolas brasileiras, a reforma do sistema “S” é uma delas. O governo federal irá investir somente no ano de 2009 R$ 1 bilhão, “ai vem à pergunta que não quer calar”: Quantos o governo do estado irá investir no ensino técnico estadual?
Tem outro papo da secretária: “Em dez anos ampliaremos em 100% o ensino técnico à distância!”, Ai eu faço outra pergunta, cadê a prática do ensino técnico? Tem outras práticas da secretária de educação que podemos denunciar, porém não dá para escrever em um único artigo.
Tem uma grande campanha do movimento sindical brasileiro: “EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA”, governo do Minas vai mais uma vez na contramão da história, abre mais escolas particulares de educação técnica do que bares em Belo Horizonte, olha que BH é a capital dos bares no nosso país.
A educação que temos hoje é mesmo a educação que queremos?
Péricles Francisco
Diretor de Comunicação da União Colegial de Minas Gerais
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
ESCOLA LIVRE SEM DITADOR QUERO ELEGER MEU DIRETOR
Lutamos muito pela redemocratização do país para que nossa nação pudesse se desenvolver com uma prática mais democrática. Com a redemocratização veio junto à democracia em vários âmbitos de convívio do nosso povo, nas ruas, universidades, escolas assim o Brasil voltou se organizar.
Mais em pleno o ano de 2009 ainda tem pessoas que tem a prática truculenta de governar tirando o direito que lutamos tanto para conseguir.
Em Minas Gerais não se respira liberdade dentro das escolas, estamos com um ensino sucateado e ainda após poder eleger nosso presidentes e parlamentares não podemos eleger nosso próprio diretor de escola. Deparamos com ano que era para ser o ano de eleições para diretores de escolas mais já sabemos que o governador mais uma vez após eleições diretas vai vim com sua lista tríplice e com sua caneta indicar quem vai ser o diretor de cada escola. Ah, mais não é só isso, tem escola que se quer realiza as eleições, como o Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) que já há muitos anos o diretor é indicado da Secretaria de Estado de Educação.
Deparamos-nos com projetos educacionais que vem na contramão do avanço da educação no nosso estado, projetos onde não podemos opinar, projetos dos quais não consultam a comunidade que tem vontade de ajudar o governo, mais suas práticas neoliberais em cada escola vem tratando nossa educação como uma simples mercadoria, não podemos permitir que num ano tão importante que vai debater nossa educação que esse tema passe em branco, vamos pautar isso a cada momento, não vamos deixar que o governado continue com essa pratica arrogante e truculenta vamos ir às ruas as escolas e a cada momento denunciar.
Acreditamos que possamos construir uma educação melhor com um projeto pedagógico elaborado com participação de pais, professores, estudantes, um olhar de quem vive dia a dia na comunidade, que possamos escolher quem é o melhor diretor para administrar nossa escola. Vamos à batalha por que como dizia Che: “SE O PRESENTE È DE LUTA O FUTURO NOS PERTENCE!”.
Flavio Nascimento (Panetone)
Presidente da União Colegial de Minas Gerais
Vice Presidente da UBES em Minas
Mais em pleno o ano de 2009 ainda tem pessoas que tem a prática truculenta de governar tirando o direito que lutamos tanto para conseguir.
Em Minas Gerais não se respira liberdade dentro das escolas, estamos com um ensino sucateado e ainda após poder eleger nosso presidentes e parlamentares não podemos eleger nosso próprio diretor de escola. Deparamos com ano que era para ser o ano de eleições para diretores de escolas mais já sabemos que o governador mais uma vez após eleições diretas vai vim com sua lista tríplice e com sua caneta indicar quem vai ser o diretor de cada escola. Ah, mais não é só isso, tem escola que se quer realiza as eleições, como o Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) que já há muitos anos o diretor é indicado da Secretaria de Estado de Educação.
Deparamos-nos com projetos educacionais que vem na contramão do avanço da educação no nosso estado, projetos onde não podemos opinar, projetos dos quais não consultam a comunidade que tem vontade de ajudar o governo, mais suas práticas neoliberais em cada escola vem tratando nossa educação como uma simples mercadoria, não podemos permitir que num ano tão importante que vai debater nossa educação que esse tema passe em branco, vamos pautar isso a cada momento, não vamos deixar que o governado continue com essa pratica arrogante e truculenta vamos ir às ruas as escolas e a cada momento denunciar.
Acreditamos que possamos construir uma educação melhor com um projeto pedagógico elaborado com participação de pais, professores, estudantes, um olhar de quem vive dia a dia na comunidade, que possamos escolher quem é o melhor diretor para administrar nossa escola. Vamos à batalha por que como dizia Che: “SE O PRESENTE È DE LUTA O FUTURO NOS PERTENCE!”.
Flavio Nascimento (Panetone)
Presidente da União Colegial de Minas Gerais
Vice Presidente da UBES em Minas
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