quarta-feira, 22 de abril de 2009
Encontro de Paracatu
Paracatu defende melhoria salarial para profissionais da educação
Na etapa regional do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação em Minas Gerais: Desafios da Política Estadual realizada em Paracatu (Noroeste de Minas) nesta terça-feira (7/4/09), os debates centraram-se na necessidade de valorização salarial e melhor qualificação dos trabalhadores do ensino.
Os deputados Almir Paraca (PT) e Carlin Moura (PCdoB), co-autor do requerimento do Fórum Técnico juntamente com a ex-deputada Elisa Costa (PT), defenderam a melhoria na carreira de professor e dos demais trabalhadores da educação. Mas Paraca lembrou que só os deputados não conseguirão sensibilizar o governador para garantir melhorias salariais. "Isso só é possível com a mobilização dos professores", alertou.
Paraca pediu um olhar diferenciado para a educação rural na região de Paracatu, destacando o convênio da Faculdade de Filosofia de Diamantina com a Federação dos Trabalhadores em Agricultura (Fetaemg) para oferecer cursos de licenciatura em História e Pedagogia específicos para os moradores de assentamentos. "Na região há uma grande quantidade de alunos no meio rural, que precisam de uma educação diferenciada", destacou.
Para Carlin Moura, não adianta só ouvir a sociedade. "É preciso acatar e mudar". Segundo ele, os concorridos e participativos encontros regionais do Fórum Técnico indicam que a educação quer dar um recado. "A educação pede socorro. E só há educação de qualidade com a valorização dos professores". Para ele, muitos são os problemas a serem enfrentados, como a evasão do jovem da escola.
A parceria entre a academia e as secretarias municipais e estadual de Educação foi defendida pelo professor Pedro Afonso Martins de Souza, das Faculdades Unidas do Noroeste Mineiro. Traçando um histórico do planejamento educacional no Brasil, com suas características específicas, Martins revelou a baixa procura pelos cursos de licenciatura, o que compromete a renovação do quadro de professores. Para ele, a baixa demanda pelos cursos de formação de professores está diretamente ligada à pouca valorização da profissão.
"O investimento mais incisivo na formação inicial do professor deve ser extremamente discutido e entrar neste plano. Não adianta só investimento em estrutura", sentenciou Pedro Afonso Martins. Ele defendeu a aproximação entre as universidades e os governos para a adoção de metodologias diferenciadas "para ajudar a educação a ser cidadã".
Outras entidades defenderam a valorização do professor por meio de melhorias salariais, como a representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Sheila Maria Lucas, que pediu a implantação do piso salarial nacional. Ela criticou ainda a política de merenda escolar, que deixa de fora do benefício os alunos do período noturno. O vereador Gleyton Gonçalves disse que não haverá renovação do quadro de professores se não houver valorização salarial.
O coordenador do Plano Decenal pela Secretaria de Estado de Educação, Luis Aureliano Gama de Andrade, reconheceu que é preciso valorizar os professores e melhorar sua capacitação, mas que há fatores econômicos que escapam ao controle do Estado. "Mas o plano tem políticas para valorizar a escola, aumentar o número de vagas, valorizar o profissional da educação", garantiu. Luis Aureliano disse que um dos gargalos da educação é a baixa procura pelos cursos de formação de professores. "O Estado reconhece que só a valorização profissional vai aumentar a demanda pelos cursos de licenciatura", completou.
Mais de 350 pessoas acompanharam os debates em Paracatu durante a manhã. Os grupos de trabalho, que se reuniram à tarde, receberam 243 inscrições de pessoas de 35 cidades. Ao final do evento, foram votadas as propostas e escolhidos os representantes que o Noroeste de Minas vai enviar para participar da plenária final do Fórum Técnico, que acontece em maio no Plenário da ALMG.
As principais propostas apresentadas em Paracatu referem-se à diminuição de prazos para implementação de ações. Entre as alterações sugeridas, destacam-se: garantir merenda para os alunos da Educação de Jovens e Adultos; iniciar capacitação e atualização continuada de professor e especialista em um ano; instalar em cada um dos municípios mineiros, no prazo de quatro anos, pelo menos uma sala de recursos multifuncionais para escolas de ensino regular; aprovação da premiação de professores, desde que com a participação dos trabalhadores do ensino na definição dos critérios da premiação; implantar plano de segurança nas escolas, com a participação da comunidade, dentro de um ano; implementação dos planos de carreira nas escolas que ainda não tenham; implantar o piso salarial nacional; suprimir o sistema de certificação ocupacional dos educadores; eleição direta para as superintendências regionais de ensino; criação do conselho de transporte escolar.
fonte: assessoria de comunicação - ALMG - http://www.almg.gov.br/
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