Movimento presente no encontro de Araçuai
O Movimento Educação que Queremos marcou presença no Encontro de Araçuai para discutir o plano Decenal de Educação de Minas Gerais. Leia a notícia divulgada pelo site da Assembléia:
Trabalhadores da educação, gestores, pais, alunos e autoridades dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri lotaram o auditório do Colégio Nazareth, em Araçuaí, para o primeiro encontro regional do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação em Minas Gerais: Desafios da Política Estadual, nesta quinta-feira (26/3/09). A defesa apaixonada de uma educação de qualidade no campo foi um dos pontos altos da reunião, que resultou em propostas de aperfeiçoamento do Projeto de Lei (PL) 2.215/08, que contém o planejamento da educação em Minas para os próximos dez anos. Realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais com participação do Governo do Estado e entidades e movimentos sociais, o fórum terá outros sete encontros regionais, sendo o próximo em Montes Claros, nesta terça-feira (31).
Para o deputado Carlin Moura, a discussão de um plano válido para dez anos tem caráter estratégico. "Não podemos nos basear só em estatísticas. Precisamos do humano, do debate crítico", apontou. Ele fez questionamentos em relação à responsabilidade cobrada de professores sem condições de trabalho e sem salários dignos. "Vamos compactuar com a escola de referência para poucos, em detrimento da maioria que não tem a mesma qualidade?", completou.
Coube à mestre e doutoranda em Educação do Campo Tânia Maria Mares Figueiredo a defesa de uma educação no campo que leve em conta as especificidades desse público, como a cultura, o período de colheitas e a linguagem. "Temos que ter a liberdade de fazer questionamentos, sem que sejam entendidos como ofensa", frisou. Segundo ela, a educação no campo sofre de uma indiferença secular, que obriga alunos a conviverem com o mesmo plano curricular das escolas urbanas, resultando em discriminação e abandono. "O campo tem leis e regulamentos próprios que precisam ser seguidos, independente do número de alunos que estão lá", afirmou.
Para Tânia Figueiredo, quando o homem do campo se apropriar desses direitos, passará a cobrar, uma vez que a luta pela terra é também a luta por educação de qualidade para o povo do campo. A pesquisadora criticou a política de metas do Governo e a busca por índices que, segundo ela, nem sempre representam a realidade das escolas do Estado. "Se vocês querem educação de qualidade, estamos do mesmo lado", frisou.
fonte: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br
sexta-feira, 27 de março de 2009
terça-feira, 17 de março de 2009
Primeiro encontro será em Araçuai
O município de Araçuaí, localizado no Vale do Jequitinhonha, será a primeira cidade a receber os encontros regionais do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação em Minas Gerais: Desafios da Política Estadual, que está sendo realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O evento será realizado na quinta-feira (26/3/09), das 8 às 17 horas, no Colégio Nazareth (Rua Dom Serafim, 435, Centro) e será uma oportunidade para a população de Araçuaí e da região conhecer, discutir e apresentar sugestões ao Projeto de Lei (PL) 2.215/08, do governador, que cria o Plano Decenal de Educação do Estado. Não é necessário fazer inscrição prévia para participar do evento.
Debate Público sobre o Plano Decenal (tarde)
Na parte da tarde (Debate Público - Plano Decenal - 13 de abril), as cobranças mais veementes partiram do presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro), Gilson Reis. Logo no início de sua fala, ele ressaltou a morte de um aluno na porta de uma escola em Belo Horizonte, nesta semana. Além de medidas de segurança, ele cobrou investimentos no ensino técnico público e nas universidades estaduais, para que elas possam se dedicar à criação de um projeto estratégico que tire a economia mineira da dependência da mineração.
Partiu de Gilson Reis a crítica de que o Conselho Estadual de Educação não tem espaço para representantes de professores, alunos e sociedade organizada. O secretário-adjunto de Educação negou a afirmativa com veemência. ''Há representantes dos professores da UFMG, da Uemg. O modelo é o mesmo do Conselho Nacional'', afirmou o secretário.
O presidente do Sinpro também acusou o Estado de não participar da discussão e elaboração da Conferência Nacional de Educação e de pressionar contra a aplicação do piso salarial mínimo de R$ 950 para o setor.
A reação mais forte do secretário Filocre foi no sentido de repelir acusações contra a forma de elaboração do Plano Decenal de Educação. Segundo ele, o plano é resultado de um debate que começou em 2004, passando por todos os municípios mineiros, superintendências e regionais de ensino, além de um congresso estadual. ''Tudo que foi aprovado nesse congresso consta neste projeto'', garantiu o secretário. Ele acrescentou que a Secretaria de Educação guardou todas as propostas rejeitadas no congresso e que poderia encaminhá-las à Assembleia, a fim de contribuir para a nova fase de discussão.
Mais de um palestrante criticou a preponderância do critério financeiro para a aprovação de novas propostas e diretrizes de educação. A coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Maria Inez Camargos, disse que muitas propostas feitas ao plano foram rejeitadas anteriormente sob este argumento. ''Todas as metas e gestões estratégicas estão sujeitas à disponibilidade financeira'', afirmou.
Maria Inez disse que algumas questões devem ser priorizadas, partindo-se depois à busca de recursos que as viabilizem. Cobrança semelhante foi feita por André Picanço. ''Porque as metas são econômicas e não políticas, tais como o princípio da autonomia do professor?'', questionou. Maria Inez cobrou ainda o estabelecimento de tempo destinado ao planejamento na carga horária do professor; ingresso na carreira por concurso público; limitação do número de alunos por turma e implantação de um padrão mínimo de infra-estrutura nas escolas.
Ao avaliar as metas do Plano Decenal de Educação para a área de formação profissional, especialistas e educadores criticaram o que chamaram de excessiva ênfase nos recursos tecnológicos previstos e recomendaram um olhar mais realista para as mudanças sociais. Além disso, destacaram a necessidade da busca de novas formas de financiamento para a educação, diante da crise mundial que já se reflete no Brasil na queda de arrecadação de impostos, fonte única de financiamento da educação.
Para o professor aposentado da Universidade Federal do Mato Grosso e consultor legislativo do Senado Federal, João Monlevade, o grande problema que se coloca na elaboração do Plano Decenal mineiro, ou de qualquer outro Estado, é se equacionar a possibilidade de recuo da arrecadação com o financiamento da educação. Segundo ele, o modelo baseado no percentual sobre a arrecadação foi bom por um momento, mas está esgotado. E lembrou que como fontes alternativas de financiamento existem, por exemplo, as deduções do Imposto de Renda para o Fundo da Criança e do Adolescente.
João Monlevade disse ainda que é preciso colocar no Plano Decenal o cumprimento da lei do piso salarial nacional, ''determinante para a qualidade do ensino''. E disse que Minas Gerais levou oito anos e meio para elaborar seu Plano Decenal, ''por isso agora tem a obrigação de fazer o melhor plano do Brasil, participativo e revolucionário''.
O educador e professor emérito da Faculdade de Educação da UFMG, Miguel Arroyo, teórico da Escola Plural implantada na rede de ensino da Prefeitura de Belo Horizonte no governo Patrus Ananias, de 1993 a 1996, quando exerceu o cargo de secretário-adjunto de Educação, criticou o que chamou de visão ingênua, que atrela o bom desempenho da educação à boa formação do professor.
Arroyo disse que a formação do professor não pode ser encarada como uma situação miraculosa que irá resolver os problemas da infância, da violência. Ele garantiu que a formação do docente tem de ser de forma política, baseada na realidade. ''Não basta então as mudanças tecnológicas, mas as mudanças sociais profundas que estão acontecendo'', disse. Miguel Arroyo afirmou que é preciso pensar qual sistema educacional dará conta da nova realidade, qual profissional dará conta da nova infância. E avalia que só uma escola pública popular é capaz de responder isto.
Ele criticou ainda a imposição da negatividade da educação, através da divulgação de índices baixos, como avaliações, provões, imagem negativa que se cola ao profissional da área. Segundo Arroyo, é um novo profissional, consciente de seus direitos humanos e sociais, atuando ao lado dos novos movimentos sociais, principalmente os oriundos do campo, que deverá assumir essa escola pública popular.
Sabatina - Na fase de debates, os representantes da Secretaria de Educação continuaram ouvindo as críticas de estudantes e professores. A maioria delas com referência ao piso salarial da categoria e à falta de infra-estrutura das escolas.
Servidores da área administrativa também reclamaram que estão há quase 10 anos sem aumento e que recebem pouco mais de R$ 500. ''A reivindicação desses profissionais é justa. E o próprio governador já reconheceu que tem uma dívida com os servidores, por isso já firmou o compromisso de rever a situação'', afirmou João Antônio Filocre.
fonte: assessoria de comunicação ALMG.
Partiu de Gilson Reis a crítica de que o Conselho Estadual de Educação não tem espaço para representantes de professores, alunos e sociedade organizada. O secretário-adjunto de Educação negou a afirmativa com veemência. ''Há representantes dos professores da UFMG, da Uemg. O modelo é o mesmo do Conselho Nacional'', afirmou o secretário.
O presidente do Sinpro também acusou o Estado de não participar da discussão e elaboração da Conferência Nacional de Educação e de pressionar contra a aplicação do piso salarial mínimo de R$ 950 para o setor.
A reação mais forte do secretário Filocre foi no sentido de repelir acusações contra a forma de elaboração do Plano Decenal de Educação. Segundo ele, o plano é resultado de um debate que começou em 2004, passando por todos os municípios mineiros, superintendências e regionais de ensino, além de um congresso estadual. ''Tudo que foi aprovado nesse congresso consta neste projeto'', garantiu o secretário. Ele acrescentou que a Secretaria de Educação guardou todas as propostas rejeitadas no congresso e que poderia encaminhá-las à Assembleia, a fim de contribuir para a nova fase de discussão.
Mais de um palestrante criticou a preponderância do critério financeiro para a aprovação de novas propostas e diretrizes de educação. A coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Maria Inez Camargos, disse que muitas propostas feitas ao plano foram rejeitadas anteriormente sob este argumento. ''Todas as metas e gestões estratégicas estão sujeitas à disponibilidade financeira'', afirmou.
Maria Inez disse que algumas questões devem ser priorizadas, partindo-se depois à busca de recursos que as viabilizem. Cobrança semelhante foi feita por André Picanço. ''Porque as metas são econômicas e não políticas, tais como o princípio da autonomia do professor?'', questionou. Maria Inez cobrou ainda o estabelecimento de tempo destinado ao planejamento na carga horária do professor; ingresso na carreira por concurso público; limitação do número de alunos por turma e implantação de um padrão mínimo de infra-estrutura nas escolas.
Ao avaliar as metas do Plano Decenal de Educação para a área de formação profissional, especialistas e educadores criticaram o que chamaram de excessiva ênfase nos recursos tecnológicos previstos e recomendaram um olhar mais realista para as mudanças sociais. Além disso, destacaram a necessidade da busca de novas formas de financiamento para a educação, diante da crise mundial que já se reflete no Brasil na queda de arrecadação de impostos, fonte única de financiamento da educação.
Para o professor aposentado da Universidade Federal do Mato Grosso e consultor legislativo do Senado Federal, João Monlevade, o grande problema que se coloca na elaboração do Plano Decenal mineiro, ou de qualquer outro Estado, é se equacionar a possibilidade de recuo da arrecadação com o financiamento da educação. Segundo ele, o modelo baseado no percentual sobre a arrecadação foi bom por um momento, mas está esgotado. E lembrou que como fontes alternativas de financiamento existem, por exemplo, as deduções do Imposto de Renda para o Fundo da Criança e do Adolescente.
João Monlevade disse ainda que é preciso colocar no Plano Decenal o cumprimento da lei do piso salarial nacional, ''determinante para a qualidade do ensino''. E disse que Minas Gerais levou oito anos e meio para elaborar seu Plano Decenal, ''por isso agora tem a obrigação de fazer o melhor plano do Brasil, participativo e revolucionário''.
O educador e professor emérito da Faculdade de Educação da UFMG, Miguel Arroyo, teórico da Escola Plural implantada na rede de ensino da Prefeitura de Belo Horizonte no governo Patrus Ananias, de 1993 a 1996, quando exerceu o cargo de secretário-adjunto de Educação, criticou o que chamou de visão ingênua, que atrela o bom desempenho da educação à boa formação do professor.
Arroyo disse que a formação do professor não pode ser encarada como uma situação miraculosa que irá resolver os problemas da infância, da violência. Ele garantiu que a formação do docente tem de ser de forma política, baseada na realidade. ''Não basta então as mudanças tecnológicas, mas as mudanças sociais profundas que estão acontecendo'', disse. Miguel Arroyo afirmou que é preciso pensar qual sistema educacional dará conta da nova realidade, qual profissional dará conta da nova infância. E avalia que só uma escola pública popular é capaz de responder isto.
Ele criticou ainda a imposição da negatividade da educação, através da divulgação de índices baixos, como avaliações, provões, imagem negativa que se cola ao profissional da área. Segundo Arroyo, é um novo profissional, consciente de seus direitos humanos e sociais, atuando ao lado dos novos movimentos sociais, principalmente os oriundos do campo, que deverá assumir essa escola pública popular.
Sabatina - Na fase de debates, os representantes da Secretaria de Educação continuaram ouvindo as críticas de estudantes e professores. A maioria delas com referência ao piso salarial da categoria e à falta de infra-estrutura das escolas.
Servidores da área administrativa também reclamaram que estão há quase 10 anos sem aumento e que recebem pouco mais de R$ 500. ''A reivindicação desses profissionais é justa. E o próprio governador já reconheceu que tem uma dívida com os servidores, por isso já firmou o compromisso de rever a situação'', afirmou João Antônio Filocre.
fonte: assessoria de comunicação ALMG.
Debate Público sobre o Plano Decenal (manhã)
No último dia 13 de abril aconteceu na Assbléia Legislativa de Minas um Debate Público sobre o Plano Decenal da Educação de Minas, leia abaixo sobre os principais momentos do encontro:
A falta de metas e de indicadores claros de resultados para avaliar a educação mineira, bem como a ausência de um projeto que reduza as desigualdades regionais e promova o desenvolvimento, foram algumas críticas feitas ao Plano Decenal de Educação, na manhã desta sexta-feira (13/3/09), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A resposta às críticas veio do secretário-adjunto de Estado de Educação, João Antônio Filocre Saraiva. Ele apresentou números para mostrar as realizações de governo e disse que o documento vem sendo discutido desde 2004, com a participação dos municípios e dos interessados, e que não é um "plano de gaveta".
O evento constituiu uma das etapas preparatórias do Fórum Técnico sobre o mesmo tema, que será realizado no Plenário em maio e antes terá uma etapa de interiorização.
As atividades da manhã foram coordenadas pela presidente da Comissão de Educação, deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM), e tiveram a participação da deputada Gláucia Brandão (PPS) e do deputado Carlin Moura (PCdoB), integrantes da comissão. Moura é autor do requerimento do Fórum Técnico em parceria com a ex-deputada Elisa Costa (PT).
Para o sociológo Rudá Ricci, o projeto do plano decenal define metas sem base científica. "O foco está no esforço que o Estado faz para superar as dificuldades, quando deveria estar nos indicadores de impacto, de resultado", avaliou. Ele enfatizou que o plano mineiro não traz estratégias definidas, permanecendo a fragmentação de políticas, a desigualdade regional, a multiplicidade de concepções pedagógicas, além de o plano prever o aumento do controle sobre indicadores quantitativos. Para ilustrar a fala, Rudá Ricci mostrou que, segundo dados oficiais, as escolas-referência estão, em sua maioria, localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). "Não há uma política de reversão das desigualdades sociais", criticou. As escolas das regiões mais empobrecidas do Estado também são as que menos possuem quadras poliesportivas.
"Minas parou na educação", afirmou o sociólogo. De acordo com dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2007 que ele apresentou, todos os Estados avançaram, enquanto Minas permanece com os números de 2005. Ricci defendeu que os eixos da educação devem ser a construção de uma estratégia estadual; a avaliação sistêmica, com indicadores de impacto; o desenvolvimento com processo e resultados integrados; a descentralização do controle com acordos estratégicos e a integração de redes, com foco na articulação.
O expositor abordou desafios específicos para a educação, como as comunidades quilombolas, que apresentam um déficit de 33% de escolas até a 4ª série primária e de 91,4% em relação às escolas até a 8ª série. Quanto à educação rural, Rudá Ricci argumenta que a minoria das escolas (18%) atende à Pedagogia da Alternância, considerada a mais adequada para esses estudantes. Para o ensino médio, argumentou que a proposta estadual é ambígua, propondo a adoção parcial da estrutura modular. "Não há articulação entre áreas, fragmentando o ensino", concluiu.Professor avalia que metas são pouco claras
A ausência de metas claras também foi enfatizada pelo professor José Cosme Drummond, da Faculdade de Educação da Uemg. Ele destacou que o plano é centrado na educação básica, que é responsabilidade do Estado. A educação superior é abordada de forma secundária. "As referências nas diretrizes são pouco claras; as metas são muito decorativas e pouco factíveis", analisou. Na opinião dele, as metas não abordam o papel do Estado e das instituições de ensino para sua efetivação. Isso ocorre, por exemplo, na meta geral que determina a compatibilização das políticas e ações da educação superior com as demandas, expectativas e necessidades de desenvolvimento econômico, social e cultural do Estado, priorizando as áreas de maior vulnerabilidade social.
De acordo com Drummond, não são mencionadas as fontes para financiamento das ações no que se refere às metas de aumento da oferta de educação superior, no prazo de dez anos, para 100% dos alunos concluintes do 2º grau e para 30% dos jovens entre 18 e 24 anos; e também de ampliação da rede de educação superior pública presencial e a distância. O professor também avalia que as metas que tratam da formação dos professores da educação básica não definem as ações necessárias à sua concretização. Ele sugeriu que a ALMG discuta a jornada do corpo docente das universidades, que precisam se dedicar à sala de aula e à pesquisa, e que sejam encontrados espaços para debater a educação superior. Na opinião dele, o plano aborda de forma muito restrita esse tema.
Governo rebateu as críticas e afirmou que a desigualdade regional diminuiu. A resposta às críticas veio do secretário-adjunto de Estado de Educação, João Antônio Filocre Saraiva. Ele afirmou que o plano não foi apresentado apenas para cumprir uma formalidade e atender a uma determinação legal, mas elaborado desde 2004 com a participação dos municípios, com debates no interior e também em um congresso na Capital. "Não queremos um plano de gaveta; este foi um processo rico e coordenado", ponderou. Ele informou que Minas é o Estado com o maior número de municípios com planos de educação aprovados. São 780 e, segundo Filocre, eles estão sincronizados com o plano decenal.
Representantes de entidades estudantis cobraram mais investimentos na educação. O presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE), Diogo de Oliveira Santos, centrou sua fala no pouco investimento que o ensino superior tem em Minas. Segundo ele, a média nacional é de 14% das matrículas em universidades públicas serem de instituições estaduais. No Estado, o índice é de 4%. Para Diogo, falta um projeto estratégico para a educação por meio do qual ela contribua para a superação das desigualdades regionais e para o desenvolvimento de Minas.
O estudante defendeu mais verba para a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a fim de que ela possa ajudar a fomentar o desenvolvimento do Norte; e cobrou a instalação de campus unificado da Uemg em Belo Horizonte. Diogo questionou a ausência de representante da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no debate. Ele também cobrou a democratização do Conselho Estadual de Educação (CEE), afirmando que, antes de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), ele tinha autoridade para determinar a abertura de faculdades particulares, "sem controle social em relação à qualidade do ensino."
O presidente da União Colegial de Minas Gerais e vice-presidente regional da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Flávio Nascimento, também cobrou a democratização do CEE, além de avaliar a educação no Estado como "sucateada" e sem salas adequadas para receber os alunos. Ele também reivindicou mais investimentos nas escolas técnicas, mas ponderou que isso não quer dizer formar "apertador de parafuso".Parlamentares destacam importância da participação de entidades
O deputado Carlin Moura agradeceu o apoio das entidades dos movimentos sociais envolvidas na organização. Segundo ele, o debate ocorre em um momento de profunda transformação mundial, no qual "o mito da competência da iniciativa privada está na berlinda", com a crescente demanda pela presença do Estado na definição dos rumos da economia. Por isso, afirmou, a ação estatal deve priorizar a educação pública. No Brasil e em Minas, destacou, é preciso aprimorar as conquistas já obtidas e lutar contra a mercantilização da educação. Ele concluiu sua fala lembrando que a ALMG, com o evento desta sexta (13), demonstra que é uma parceira comprometida com o futuro da educação em Minas Gerais.
O reitor da Unimontes, Paulo Cesár Gonçalves de Almeida, reforçou o compromisso da universidade com a educação básica, sobretudo em relação às licenciaturas. Ele completou dizendo que não existem disciplinas e cursos eternos, e que os conteúdos precisam ser adaptados à realidade, assim como os professores preparados para o futuro. "A educação é o segmento mais importante para uma sociedade que quer se desenvolver", afirmou.
O educador popular e antropólogo Tião Rocha classificou o plano decenal como "de ensinagem, não de aprendizagem", afirmando que ele não é transformador, mas remendado. Ele propôs uma "UTI educacional" para curar o analfabetismo funcional e cobrou uma estratégia abrangente, que envolva todos, para fazer com que a escola deixe de ser "formadora de uma massa de analfabetos". Ex-professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Tião Rocha falou também sobre o trabalho que desenvolve na ONG Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento, que fundou e preside. A premissa do trabalho é que é possível fazer educação sem escola, "em qualquer lugar, inclusive sob o pé de manga", mas não sem educadores.
fonte: assessoria de comunicação da ALMG
A falta de metas e de indicadores claros de resultados para avaliar a educação mineira, bem como a ausência de um projeto que reduza as desigualdades regionais e promova o desenvolvimento, foram algumas críticas feitas ao Plano Decenal de Educação, na manhã desta sexta-feira (13/3/09), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A resposta às críticas veio do secretário-adjunto de Estado de Educação, João Antônio Filocre Saraiva. Ele apresentou números para mostrar as realizações de governo e disse que o documento vem sendo discutido desde 2004, com a participação dos municípios e dos interessados, e que não é um "plano de gaveta".
O evento constituiu uma das etapas preparatórias do Fórum Técnico sobre o mesmo tema, que será realizado no Plenário em maio e antes terá uma etapa de interiorização.
As atividades da manhã foram coordenadas pela presidente da Comissão de Educação, deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM), e tiveram a participação da deputada Gláucia Brandão (PPS) e do deputado Carlin Moura (PCdoB), integrantes da comissão. Moura é autor do requerimento do Fórum Técnico em parceria com a ex-deputada Elisa Costa (PT).
Para o sociológo Rudá Ricci, o projeto do plano decenal define metas sem base científica. "O foco está no esforço que o Estado faz para superar as dificuldades, quando deveria estar nos indicadores de impacto, de resultado", avaliou. Ele enfatizou que o plano mineiro não traz estratégias definidas, permanecendo a fragmentação de políticas, a desigualdade regional, a multiplicidade de concepções pedagógicas, além de o plano prever o aumento do controle sobre indicadores quantitativos. Para ilustrar a fala, Rudá Ricci mostrou que, segundo dados oficiais, as escolas-referência estão, em sua maioria, localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). "Não há uma política de reversão das desigualdades sociais", criticou. As escolas das regiões mais empobrecidas do Estado também são as que menos possuem quadras poliesportivas.
"Minas parou na educação", afirmou o sociólogo. De acordo com dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2007 que ele apresentou, todos os Estados avançaram, enquanto Minas permanece com os números de 2005. Ricci defendeu que os eixos da educação devem ser a construção de uma estratégia estadual; a avaliação sistêmica, com indicadores de impacto; o desenvolvimento com processo e resultados integrados; a descentralização do controle com acordos estratégicos e a integração de redes, com foco na articulação.
O expositor abordou desafios específicos para a educação, como as comunidades quilombolas, que apresentam um déficit de 33% de escolas até a 4ª série primária e de 91,4% em relação às escolas até a 8ª série. Quanto à educação rural, Rudá Ricci argumenta que a minoria das escolas (18%) atende à Pedagogia da Alternância, considerada a mais adequada para esses estudantes. Para o ensino médio, argumentou que a proposta estadual é ambígua, propondo a adoção parcial da estrutura modular. "Não há articulação entre áreas, fragmentando o ensino", concluiu.Professor avalia que metas são pouco claras
A ausência de metas claras também foi enfatizada pelo professor José Cosme Drummond, da Faculdade de Educação da Uemg. Ele destacou que o plano é centrado na educação básica, que é responsabilidade do Estado. A educação superior é abordada de forma secundária. "As referências nas diretrizes são pouco claras; as metas são muito decorativas e pouco factíveis", analisou. Na opinião dele, as metas não abordam o papel do Estado e das instituições de ensino para sua efetivação. Isso ocorre, por exemplo, na meta geral que determina a compatibilização das políticas e ações da educação superior com as demandas, expectativas e necessidades de desenvolvimento econômico, social e cultural do Estado, priorizando as áreas de maior vulnerabilidade social.
De acordo com Drummond, não são mencionadas as fontes para financiamento das ações no que se refere às metas de aumento da oferta de educação superior, no prazo de dez anos, para 100% dos alunos concluintes do 2º grau e para 30% dos jovens entre 18 e 24 anos; e também de ampliação da rede de educação superior pública presencial e a distância. O professor também avalia que as metas que tratam da formação dos professores da educação básica não definem as ações necessárias à sua concretização. Ele sugeriu que a ALMG discuta a jornada do corpo docente das universidades, que precisam se dedicar à sala de aula e à pesquisa, e que sejam encontrados espaços para debater a educação superior. Na opinião dele, o plano aborda de forma muito restrita esse tema.
Governo rebateu as críticas e afirmou que a desigualdade regional diminuiu. A resposta às críticas veio do secretário-adjunto de Estado de Educação, João Antônio Filocre Saraiva. Ele afirmou que o plano não foi apresentado apenas para cumprir uma formalidade e atender a uma determinação legal, mas elaborado desde 2004 com a participação dos municípios, com debates no interior e também em um congresso na Capital. "Não queremos um plano de gaveta; este foi um processo rico e coordenado", ponderou. Ele informou que Minas é o Estado com o maior número de municípios com planos de educação aprovados. São 780 e, segundo Filocre, eles estão sincronizados com o plano decenal.
Representantes de entidades estudantis cobraram mais investimentos na educação. O presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE), Diogo de Oliveira Santos, centrou sua fala no pouco investimento que o ensino superior tem em Minas. Segundo ele, a média nacional é de 14% das matrículas em universidades públicas serem de instituições estaduais. No Estado, o índice é de 4%. Para Diogo, falta um projeto estratégico para a educação por meio do qual ela contribua para a superação das desigualdades regionais e para o desenvolvimento de Minas.
O estudante defendeu mais verba para a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a fim de que ela possa ajudar a fomentar o desenvolvimento do Norte; e cobrou a instalação de campus unificado da Uemg em Belo Horizonte. Diogo questionou a ausência de representante da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no debate. Ele também cobrou a democratização do Conselho Estadual de Educação (CEE), afirmando que, antes de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), ele tinha autoridade para determinar a abertura de faculdades particulares, "sem controle social em relação à qualidade do ensino."
O presidente da União Colegial de Minas Gerais e vice-presidente regional da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Flávio Nascimento, também cobrou a democratização do CEE, além de avaliar a educação no Estado como "sucateada" e sem salas adequadas para receber os alunos. Ele também reivindicou mais investimentos nas escolas técnicas, mas ponderou que isso não quer dizer formar "apertador de parafuso".Parlamentares destacam importância da participação de entidades
O deputado Carlin Moura agradeceu o apoio das entidades dos movimentos sociais envolvidas na organização. Segundo ele, o debate ocorre em um momento de profunda transformação mundial, no qual "o mito da competência da iniciativa privada está na berlinda", com a crescente demanda pela presença do Estado na definição dos rumos da economia. Por isso, afirmou, a ação estatal deve priorizar a educação pública. No Brasil e em Minas, destacou, é preciso aprimorar as conquistas já obtidas e lutar contra a mercantilização da educação. Ele concluiu sua fala lembrando que a ALMG, com o evento desta sexta (13), demonstra que é uma parceira comprometida com o futuro da educação em Minas Gerais.
O reitor da Unimontes, Paulo Cesár Gonçalves de Almeida, reforçou o compromisso da universidade com a educação básica, sobretudo em relação às licenciaturas. Ele completou dizendo que não existem disciplinas e cursos eternos, e que os conteúdos precisam ser adaptados à realidade, assim como os professores preparados para o futuro. "A educação é o segmento mais importante para uma sociedade que quer se desenvolver", afirmou.
O educador popular e antropólogo Tião Rocha classificou o plano decenal como "de ensinagem, não de aprendizagem", afirmando que ele não é transformador, mas remendado. Ele propôs uma "UTI educacional" para curar o analfabetismo funcional e cobrou uma estratégia abrangente, que envolva todos, para fazer com que a escola deixe de ser "formadora de uma massa de analfabetos". Ex-professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Tião Rocha falou também sobre o trabalho que desenvolve na ONG Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento, que fundou e preside. A premissa do trabalho é que é possível fazer educação sem escola, "em qualquer lugar, inclusive sob o pé de manga", mas não sem educadores.
fonte: assessoria de comunicação da ALMG
quinta-feira, 12 de março de 2009
Movimento na rua!
O movimento Educação que temos - Educação que queremos, foi lançado no dia de ontem (11/03) na Casa do Jornalista de BH com o objetivo de promover a participação de toda a comunidade educacional nas discussões sobre o Plano Decenal de Educação de Minas Gerais.
Durante o lançamento, foi distribuído um documento crítico de avaliação do Plano, preparado pelo movimento para subsidiar os debates que vão ocorrer até maio. “Há lacunas significativas no documento oficial [o Plano, que foi elaborado pelo governo estadual], como as ações voltadas para a merenda e o transporte escolar. Esses itens deveriam estar presentes, inclusive com discussão para sua inclusão no Ensino Médio. Trata-se de um documento irregular (desarticulação entre diagnóstico e proposição), desarticulado (não se fia por uma estratégia clara de desenvolvimento da educação mineira) e incompleto (ausência de temas significativos para a educação do estado, além de metas claras, apropriadas e mensuráveis)”, avalia o documento crítico entregue pelo movimento.
O Plano também será debatido na Assembléia Legislativa, nesta sexta-feira (13/3), a partir das 9 horas. O debate será uma etapa preparatória para o Fórum Técnico Plano Decenal de Educação em Minas Gerais: Desafios da Política Educacional, também promovido pela ALMG e cuja etapa final será realizada em Belo Horizonte, no Plenário da Casa, entre os dias 13 a 15 de maio.
(texto: http://www.sinprominas.org.br/)
quarta-feira, 4 de março de 2009
Movimento será lançado em 11 de março
O Movimento Educação que Temos - Educação que Queremos será lançado no próximo dia 11 de março de 2009, às 16horas na Casa do Jornalista na Avenida Álvares Cabral, 400.
Durante o encontro o movimento lançará um documento crítico de avaliação do Plano Decenal de Educação que está sendo discutido na Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
Compareça, participe e contribua!
Durante o encontro o movimento lançará um documento crítico de avaliação do Plano Decenal de Educação que está sendo discutido na Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
Compareça, participe e contribua!
Pressão dos Movimentos faz Assembléia recuar
Após intensas reuniões entre os movimentos sociais envolvidos com a preparação do Fórum Técnico de discussão do Plano Decenal de Educação na Assembléia Legislativa de Minas houve recuo na decisão de cortar as oito etapas regionais previstas para ocorrer entre março e abril deste ano.
A Assembléia apresentou no último dia 02 de março a contra-proposta de manter 4 encontros regionais (Montes Claros, Araçuai, Governador Valadares e Paracatu) e apoiar os outros 4 encontros que serão realizados por iniciativa dos Movimentos Sociais (Juiz de Fora, Uberlândia, Divinópolis e Varginha).
Apesar de ser flagrante o erro político da ALMG em cancelar os encontros regionais, os Movimentos consideraram importante o recuo que parecia improvável.
A Assembléia apresentou no último dia 02 de março a contra-proposta de manter 4 encontros regionais (Montes Claros, Araçuai, Governador Valadares e Paracatu) e apoiar os outros 4 encontros que serão realizados por iniciativa dos Movimentos Sociais (Juiz de Fora, Uberlândia, Divinópolis e Varginha).
Apesar de ser flagrante o erro político da ALMG em cancelar os encontros regionais, os Movimentos consideraram importante o recuo que parecia improvável.
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